Após serem agredidas, mulheres iranianas são presas por não usarem véu
Duas mulheres foram presas no Irã após um vídeo mostrar um homem jogando iogurte nelas por não estarem usando o hijab, o véu islâmico. O uso do véu é obrigatório no país, mas vem sendo alvo de protestos. As prisões foram noticiadas no sábado (1) pelo Mizan News Agency, uma agência de notícias ligada ao Estado iraniano.
O que aconteceu?
Uma câmera de segurança registrou o momento em que um homem jogou iogurte na cabeça de duas mulheres que estavam sem o hijab dentro de uma loja, no nordeste do Irã, no final de março. As imagens repercutiram nas redes sociais.
O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, não reprovou a ação do homem e reafirmou que o uso obrigatório do hijab é lei no país.
Dias depois, foram expedidas ordens de prisão contra as duas mulheres, por estarem sem o hijab, segundo a Mizan News.
O agressor também foi detido por insultar as mulheres e perturbar a ordem, ainda de acordo com a Mizan News.
Uso obrigatório do véu é alvo de protestos
A lei que obriga as mulheres a usarem véu é alvo de protestos no Irã desde setembro, após a morte de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos, que estava sob custódia da polícia moral por desrespeito às regras sobre o hijab;
Mahsa Amini foi detida em setembro do ano passado pela polícia da moralidade. Segundo as autoridades, ela morreu por problemas de saúde. Mas, de acordo com a família, Mahsa morreu após ser espancada;
Desde então, as mulheres lideram os protestos, nos quais gritam palavras de ordem contra o governo, tiram e queimam seus véus;
O uso do véu se tornou obrigatório no Irã em 1983, quatro anos depois da Revolução Islâmica de 1979. A lei estabelece que mulheres iranianas e estrangeiras devem usar o véu cobrindo o cabelo, independentemente da religião;
Desde o início dos protestos, é possível ver mulheres jovens e até adolescentes que abandonaram o uso do véu ou que o vestem de maneira parcial, mostrando os cabelos;
Ao menos cinco pessoas foram condenadas a pena de morte e 400 foram condenadas em até dez anos de prisão pelos tribunais de Teerã por participarem das manifestações.
Ebrahim Raisi, presidente do Irã
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