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Padre é levado a restaurante para funcionários confessarem roubo

Taqueria é investigada pelo Departamento do Trabalho nos EUA após levar padre para "interrogar" funcionários - Reprodução/YouTube
Taqueria é investigada pelo Departamento do Trabalho nos EUA após levar padre para "interrogar" funcionários Imagem: Reprodução/YouTube

Colaboração para o UOL, em São Paulo

14/06/2023 19h03

Um restaurante em Sacramento, na Califórnia (EUA), virou notícia após um dos proprietários chamar um padre para ouvir os 'pecados' cometidos por funcionários no ambiente de trabalho.

O que aconteceu

Investigada pelo Departamento do Trabalho nos EUA por reduzir o salário de seus funcionários, a Taqueria Garibaldi contratou os serviços de um padre para que os funcionários confessassem eventuais roubos praticados contra o restaurante.

Eduardo Hernandez, um dos proprietários do estabelecimento, convidou o religioso para obter informações dos funcionários católicos que trabalhavam no local. O episódio, segundo informações do jornal Los Angeles Times, aconteceu em novembro de 2021.

Maria Parra, que à época trabalhava como garçonete no restaurante mexicano, detalhou o incidente em uma declaração anexada ao processo movido pelo Departamento do Trabalho.

No texto, ela explicou que, em vez de confessar eventos pessoais, o padre a informou que realizaria algumas perguntas em uma espécie de interrogatório, que tinha o objetivo de "tirar os pecados de mim". "O padre tinha principalmente perguntas relacionadas ao trabalho, o que achei estranho. Ele perguntou se eu havia roubado alguma coisa no trabalho, se cheguei atrasado ao meu emprego, se fiz alguma coisa para prejudicar meu empregador e se tinha alguma intenção em relação ao meu emprego", explicou a ex-funcionária.

Além da redução salarial, a taqueria respondia à Delegacia de Jornada e Horas por supostamente confiscar gorjetas e não pagar as horas extras aos empregados. Eduardo Hernandez, Hector Martinez e Alejandro Rodriguez, proprietários da Taqueria Garibaldi, também foram acusados de interferir na investigação e intimidar os funcionários caso denunciassem o restaurante.

Em maio deste ano, os três foram condenados por um juiz federal da Califórnia a pagar US$ 140 mil (R$ 678 mil) em salários atrasados e outros danos cometidos como parte de um acordo.