Topo

Esse conteúdo é antigo

EUA: Gerente branca diz que Starbucks a demitiu por racismo; empresa nega

Loja da Starbucks em Matawan, Nova Jersey (EUA) - EDUARDO MUNOZ
Loja da Starbucks em Matawan, Nova Jersey (EUA) Imagem: EDUARDO MUNOZ

Do UOL, em São Paulo

15/06/2023 08h31Atualizada em 15/06/2023 11h08

Uma ex-funcionária branca do Starbucks na Filadélfia (EUA) ganhou um processo de US$ 25,6 milhões (cerca de R$ 123,3 milhões) após acusar a empresa de demiti-la por racismo. A decisão da Justiça foi tomada no dia 12 de junho.

Porém, o Starbucks nega a acusação e diz que a mulher, uma gerente regional na época dos acontecimentos, não soube lidar corretamente com um caso de racismo contra dois homens negros em uma das lojas da rede. O caso foi publicado pelo jornal The New York Times.

O que aconteceu?

Em abril de 2018, dois homens negros foram presos após um funcionário da loja chamar a polícia após eles pedirem para usar o banheiro. Apesar de terem sido soltos posteriormente, o caso ganhou repercussão na época pelo teor racista da situação. Posteriormente, os dois homens fecharam um acordo compensatório com a empresa [leia mais abaixo].

A ex-gerente regional Shannon Phillips era responsável por cerca de 100 lojas e foi uma das demitidas após o caso. Ela afirma que, após a repercussão, se negou a cumprir ordens de sua superior, uma mulher negra, de demitir um outro gerente branco acusado de condutas discriminatórias que, segundo Shannon, "eram alegações falsas".

Ela alega ter sido utilizada de "bode expiatório" pela empresa, que não teria mandado embora o gerente negro responsável pela loja em questão. No processo, Shannon afirma que outros funcionários brancos também foram "punidos".

O Starbucks disse à Justiça que Shannon não teve uma condução exemplar à época dos fatos, o que culminou no seu desligamento: "Durante esse período de crise, a regional da Filadélfia precisava de um líder. A sra. Phillips falhou em todos os aspectos desse papel", disse um advogado da empresa no processo.

A Justiça entendeu que o Starbucks violou direitos civis e leis contra discriminação racial. A condenação foi de US$ 600 mil em valores compensatórios e US$ 25 milhões em danos contra Phillips.

O The New York Times não recebeu um posicionamento do Starbucks após a decisão, mas a ex-gerente se diz satisfeita com o resultado. Segundo o jornal, a defesa da mulher diz que ela provou de forma "contundente" que foi punida por ser branca.

Homens foram presos enquanto esperavam por amigo

Rashon Nelson e Donte Robinson aguardavam um amigo e pediram para usar o banheiro, pedido recusado por que eles não tinham consumido. O gerente pediu que eles deixassem a cafeteria e, diante da recusa dos amigos, chamou a polícia.

Dentro do Starbucks, eles foram algemados e levados para a delegacia, onde ficaram detidos por oito horas.

Rashon Nelson e Donte Robinson fecharam um acordo compensatório com o Starbucks e outro com o município, que prometeu destinar US$ 200 mil a um projeto educacional contra o racismo.