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Inundações na Líbia deixam mais 5 mil mortos e 10 mil desaparecidos

As inundações que devastaram a cidade de Derna, no leste da Líbia, deixaram mais de 5 mil mortos e 10 mil desaparecidos. O levantamento foi feito pelo Ministério do Interior do governo oriental do país, nesta terça-feira (12), segundo a mídia estatal.

O que aconteceu:

Mais cedo, Usama Ali, porta-voz dos serviços de emergência do governo de Trípoli, afirmou à AFP uma estimativa mais baixa, de 2,3 mil mortos e cerca de 7 mil feridos.

Mas a Cruz Vermelha estima que o número de desaparecidos pode ser ainda maior, ultrapassando os 10 mil. Desde o violento terremoto que abalou a cidade de Al Marj (leste), em 1963, esta é a pior catástrofe natural que atingiu esta região do país.

Imagens da cidade de Derna, de 100 mil habitantes, mostram vários edifícios destruídos às margens de um rio e pequenas casas submersas após o rompimento de duas represas.

Segundo autoridades do leste da Líbia, um país onde dois governos disputam o poder, as duas principais represas do rio Wadi Derna se romperam na noite de domingo e formaram rios de lama que destruíram pontes e edifícios em sua passagem até o Mediterrâneo.

Entre os mortos estão três voluntários do Crescente Vermelho que ajudavam os afetados pela catástrofe, informou nesta terça-feira a FICV (Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho).

Paisagem apocalíptica

Os socorristas pareciam sobrecarregados com o alcance da tragédia, segundo imagens gravadas por moradores da região publicadas nas redes sociais. "As necessidades humanitárias excedem em muito as capacidades do Crescente Vermelho Líbio e até mesmo as capacidades do governo", alertou Tamer Ramadan, da FICV, em Genebra.

Estradas bloqueadas, deslizamentos de terra e inundações impediram que os serviços de emergência chegassem à população das zonas afetadas, que teve de recorrer a meios rudimentares para recuperar os corpos e retirar os sobreviventes da lama.

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Derna e outras cidades estão isoladas do resto do país, apesar dos esforços das autoridades para restaurar as redes de telefonia móvel e de Internet.

Entre as imagens que circulam, algumas mostram dezenas de corpos cobertos na praça principal de Derna, à espera de serem identificados e enterrados em Martouba, uma pequena localidade a cerca de 30 quilômetros a sudeste.

"Os corpos estão por toda parte - no mar, nos vales, sob os edifícios", disse Hichem Abu Chkiouat, ministro da Aviação Civil, que controla o leste, à Reuters por telefone, pouco depois de visitar Derna. "Não estou exagerando quando digo que 25% da cidade desapareceu. Muitos, muitos edifícios desabaram", lamentou.

Descrita pelos especialistas como um fenômeno "extremo em termos de volume de água", a tempestade Daniel afetou Grécia, Turquia e Bulgária nos últimos dias, com um balanço de 27 mortos.

Com AFP e Reuters

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