Trilha e pintura com sangue: meninas teriam sido sacrificadas por seita
A defesa de um homem acusado de ter matado duas adolescentes em Indiana, nos EUA, em 2017, afirmou que seu cliente não teve nada a ver com os crimes e que as meninas, na verdade, morreram como parte de um ritual de uma seita.
Em um documento de 136 páginas apresentado nesta semana à Justiça norte-americana, os advogados Andrew Baldwin e Brad Rozzi, que representam o suspeito já detido Richard Allen, disseram que a religião envolvida seria uma seita nórdica com ideais de supremacia branca chamada Odinismo.
O documento, amplamente divulgado pela mídia do país, afirma:
Membros de uma religião nórdica pagã, chamada Odinismo, sequestrada por nacionalistas brancos, sacrificaram ritualisticamente Abigail Williams e Liberty German. Nada, absolutamente nada, liga Richard Allen ao Odinismo ou a qualquer culto religioso.
O Odinismo e a possível ligação com o crime
Variante racista. Termo "Odinismo", em referência ao Deus nórdico Odin, é frequentemente relacionado a uma variante racista da religião pagã nórdica conhecida como Asatru, segundo informações do Anti-Defamation League (Liga Antidifamação, uma organização não governamental judaica internacional com sede nos EUA).
Religião pagã nórdica. Já a Asatru é uma seita religiosa que tenta reviver as antigas crenças e práticas nórdicas da Europa pré-cristã. Embora alguns supremacistas brancos se considerem Asatruístas, a Asatru em si não seria uma religião racista.
Evidências da seita. Galhos de árvore colocados na cena do crime para formar letras associadas à religião seriam uma das várias pistas que indicam que as meninas foram mortas como parte de um ritual, escreveram os advogados, segundo o jornal USA Today.
Pintura com sangue. Outras evidências encontradas no local, incluindo uma pintura com o sangue de uma das vítimas, também apoiariam a teoria da defesa.
Suspeitos indicados. Sem revelar nomes, o jornal The Independent afirmou que os advogados nomearam quatro aparentes Odinitas como potenciais suspeitos dos assassinatos das jovens.
Hipótese já havia sido levantada. Segundo a CBS News, os advogados afirmam que dois grupos de Odinistas, um da área de Delphi e outro da área de Rushville, no sudeste de Indiana, foram investigados por envolvimento nos crimes.
Teoria descartada. Já de acordo com a NBC, no início da investigação, as autoridades teriam consultado um professor da Universidade de Purdue, de Indiana, sobre o que poderiam ser assinaturas de Odinismo deixadas na cena do crime. No entanto, os advogados da defesa escreveram que essa teoria foi abandonada depois que o especialista disse que "não foi o Odinismo ou qualquer tipo de culto, ou qualquer tipo de grupo que teria conduzido o crime", conforme declarado no processo.
O crime
Amigas foram fazer trilha. Abigail Williams, de 13 anos, e Liberty German, de 14, desapareceram em 13 de fevereiro de 2017. Elas saíram para fazer uma trilha em Monon High Bridge, na cidade de Delphi, em Indiana, e não voltaram mais. Na época, as duas amigas eram alunas da oitava série da Delphi Community Middle School.
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Quero receberDadas como desaparecidas. Os corpos delas foram encontrados na manhã seguinte em uma área arborizada não muito longe de onde haviam ido no dia anterior. De acordo com a CBS News, uma autópsia determinou que elas foram esfaqueadas.
Prisão em 2022. Richard Allen, 52, funcionário de uma drogaria que morava na mesma comunidade onde viviam os adolescentes, foi preso sob a acusação de homicídio em outubro de 2022. A prisão aconteceu depois que os investigadores do caso analisaram pistas sem sucesso ao longo de quase seis anos.
Confissões do crime. Desde a sua prisão, Allen confessou os assassinatos de 2017 várias vezes atrás das grades, inclusive em um telefonema na prisão com sua esposa, de acordo com o The Independent. Porém, os advogados alegam que a confissão não pode ser considerada devido ao seu atual estado mental.
O julgamento de Allen está marcado para janeiro de 2024. Além da teoria do Odinismo, a defesa do acusado afirma que nenhuma análise forense, incluindo DNA, e nenhum dado eletrônico extraído de computadores, telefones ou redes sociais liga Allen à cena do crime.
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