Ucrânia diz que bombardeio na Crimeia deixou mortos e feriu generais russos
O governo da Ucrânia atacou com míssil, na sexta-feira (22), o quartel-general da frota russa no Mar Negro, no centro da cidade de Sebastopol, na península da Crimeia. Segundo o Exército ucraniano, 9 pessoas morreram e 16 ficaram feridas na ação — entre as vítumas haveria generais russos. A Rússia nao confirma as mortes.
O que aconteceu
O bombardeio ocorreu durante uma reunião de dirigentes da Marinha da Rússia, segundo a Ucrânia. "Houve dezenas de mortos e feridos entre os ocupantes, incluindo altos comandos da frota", declarou o Exército, em nota. A instituição afirma que vai revelar detalhes sobre a operação em breve.
País fala na morte de pelo menos nove oficiais russos. O chefe do serviço de Inteligência de Kiev, Kyrylo Budanov, disse à Voz da América, rádio oficial dos Estados Unidos, que generais teriam sido feridos no ataque de sexta. Ele, no entanto, evitou comentar se no bombardeio foram utilizados mísseis fornecidos pelo Ocidente.
Força aérea da Ucrânia aplaude ação em Sebastopol. O tenente-coronel Mykola Oleschuk publicou em seu perfil no Telegram que mais ataques já tinham sido prometidos pela Ucrânia. Na mesma postagem, Oleschuk compartilhou um vídeo em que mostra um edifício em chamas e com som de sirenes ao fundo.
Ucranianos também reivindicam um ataque cibernético na região. Segundo o governo do país, a ação fez com que o acesso à internet em Sebastopol fosse interrompido. Ainda não há informações sobre o retorno do serviço.
Rússia diz que não houve mortos
O governador de Sebastopol confirmou o bombardeio nas redes sociais, mas ainda apura se há vítimas. Mikhail Razvojaiev escreveu no Telegram que "o inimigo executou um ataque com mísseis contra o quartel-general da frota". Ainda segundo ele, equipes russas investigam se há vítimas, o que contrapõe a versão ucraniana. A Rússia afirma que pelo menos um militar havia desaparecido depois da ação.
Rússia declara que cinco drones ucranianos foram abatidos. O Ministério da Defesa russo também reconheceu o bombardeio e alertou a população para que evitasse o centro de Sebastopol
A Crimeia é ponto crucial na guerra entre Rússia e Ucrânia. A península da Crimeia, anexada pelo governo russo em 2014, e a cidade de Sebastopol, onde está localizada a frota russa, são centrais para a operação de Moscou na Ucrânia, pois permitem o abastecimento de tropas posicionadas no sul do país. Além disso, funcionam como uma base para bombardeios de mísseis, lançados do mar.
O exército ucraniano diz que rompeu as primeiras linhas de defesa da Rússia na frente Sul. Em entrevista à CNN dos Estados Unidos, o general Oleksandre Tarnavski iniciou em junho uma contraofensiva no sul e no leste para repelir as forças russas dos territórios que ocupam.
As Forças da Ucrânia chegaram ao Sul no início de setembro. As ofensivas permitiram a captura de Robotyne, na região de Zaporizhzhia. Agora, os combates acontecem ao Leste deste povoado, próximo de Verbove. O próximo objetivo ucraniano é tomar o bastião russo de Tokmak, importante centro logístico localizado 20 km ao Sul da atual linha de frente.
No momento, as forças russas confiam na profundidade de sua linha de defesa. Atualmente, nem o inimigo nem nós utilizamos grandes formações, companhias, batalhões, ou brigadas. Usamos esquadrões de assalto, grupos de dez a 15 homens.
Oleksandre Tarnavski, general da Ucrânia, em entrevista
*Com informações da AFP e Deutsche Welle
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