'Qualquer pessoa na rua era levada', diz brasileiro sobre reféns em Israel
O brasileiro e militar da reserva em Israel, Yehuda Weiss, afirma que integrantes do Hamas sequestravam "qualquer pessoa" nas ruas de uma região próxima a Faixa de Gaza no sábado (7). Ele participava de um festival de música quando começaram os ataques com mísseis contra israelenses. Ao UOL ele disse que, neste domingo (8), israelenses estão "trancados em casa" com medo de novos ataques.
O que aconteceu
O brasileiro relata que ao deixar o local onde ocorria um festival de música observou pessoas que estariam sendo sequestradas por integrantes do Hamas pelas ruas de uma região próxima à Faixa de Gaza. "Vi qualquer pessoa que estava na rua estava sendo levada, estavam levando todo mundo; mulheres, idosos. Ele preferem soldados, mas estavam levando todo mundo."
Weiss diz que algumas pessoas desaparecidas foram localizadas. "Mas muitas pessoas sequestradas não temos notícias, não sabemos ontem estão."
Ele conta ainda que conhecia a alemã Shani Louk, 30. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra a mulher levada em uma caçamba de uma caminhonete por supostos integrantes do Hamas após o ataque do grupo em Israel. A mulher foi reconhecida pela família como sendo a tatuadora.
"Nos conhecemos no mundo da música", diz Weiss sobre a mulher sequestrada. "Ela foi violentada, teve todos os ossos quebrados, foi abusada sexualmente, deixaram ela sem roupa na pick-up. Ela só tinha vindo por causa do festival", relata o brasileiro.
O brasileiro afirma ter ficado sabendo da morte da mulher após um vídeo publicado por supostos integrantes do Hamas. "Uma guerra é de governo contra governo, não entre civis", afirma.
Pensei bastante sobre isso, sobre tudo o que aconteceu ontem, depois de ter visto os vídeos de crianças e mulheres sendo violentados. Ver as pessoas daquele jeito me fez pensar que preciso fazer alguma coisa. Estou esperando eles [Exército de Israel] me chamarem. O sentimento é de tristeza e indignação.
Yehuda Weiss, brasileiro em Israel
Esconderijo de reféns
Weiss afirma que os reféns podem estar sendo levados a um hospital na região da Faixa de Gaza. "Geralmente, escondem os reféns no maior hospital de Gaza. É uma região muito protegida por ser um hospital, eles usam a parte subterrânea como um quartel general, tem muitas ligações por túneis. A maior parte dos reféns são levados para lá, onde a chance de bombardeio é mínima."
O brasileiro conta ainda que os corpos dos reféns têm sido utilizados como forma de obtenção de vantagens. "O corpo é muito importante em Israel. O corpo continua sendo uma moeda de troca. Eles matam e saem desfilando com os corpos como se fossem um troféus."
'Todo mundo está trancado em casa'
Weiss afirma que a última noite em Israel foi de tensão — neste domingo, o conflito entra no segundo dia. "Todo mundo está trancado dentro de casa com medo de um atentado", diz ele.
O brasileiro disse que teve dificuldade para dormir mesmo com a diminuição na quantidade de explosões de mísseis. "Peguei no sono às 6 horas, dormi umas 4 horas ou 5 horas."
Weiss diz que aguarda para ser chamado pelo Exército de Israel para atuar no conflito. "Estou no aguardo para saber, esperando para ser convocado. Eles acabam convocando os reservistas, chamam as pessoas mais novas. Pedi para me chamarem."
O brasileiro disse que ter visto o sofrimento de pessoas que tentavam escapar com vida do festival o fez se oferecer para atuar no conflito. "Pensei bastante sobre isso, sobre tudo o que aconteceu ontem, depois de ter visto os vídeos de crianças e mulheres", diz. "Ver as pessoas daquele jeito, me fez pensar que preciso fazer alguma coisa. O sentimento é de tristeza e indignação."
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