Caminhões fazem fila para entrar na Faixa de Gaza com mantimentos
Do UOL, em São Paulo
19/10/2023 19h17
Caminhões carregados com mantimentos formam uma fila quilométrica e aguardam autorização para entrar na Faixa de Gaza. Previsão é de que a entrada seja liberada na sexta-feira (20), segundo afirmou ontem o presidente dos EUA, Joe Biden.
O que aconteceu:
Medicamentos, água e alimentos serão entregues pela passagem de Rafah, na fronteira do Egito com Gaza. Negociação foi feita entre o presidente norte-americano, Joe Biden, e o líder egípcio Abdul Fattah al-Sisi, que concordou em abrir a passagem de Rafah.
Mais de 200 caminhões e cerca de 3 mil toneladas de ajuda estão posicionados na passagem de Rafah ou perto dela, disse o chefe da Cruz Vermelho Khalid Zayed. No entanto, o presidente egípcio concordou em liberar apenas 20 caminhões.
Os suprimentos ficarão sob supervisão da ONU, disse o ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shoukry, à TV Al-Arabiya.
"A ONU informou que são necessários pelo menos 100 caminhões de assistência humanitária para apoiar os milhões de civis que vivem em Gaza", disse Shaina Low, do Conselho Norueguês para os Refugiados, à BBC.
Antes da guerra, cerca de 500 caminhões entravam por dia em Gaza carregados com ajuda humanitária, combustível e outros produtos, disse Philippe Lazzarini, comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos, à BBC.
Israel disse que não impedirá entrada de ajuda
Em Tel Aviv, Joe Biden se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. "Diante do pedido do presidente [dos EUA, Joe] Biden, Israel não impedirá o envio de ajuda humanitária pelo Egito", indicou o gabinete do primeiro-ministro.
O comunicado diz que Israel "não impedirá" as entregas de alimentos, água ou medicamentos do Egito, desde que sejam limitadas a civis no sul da Faixa de Gaza e não sejam destinadas aos membros do Hamas.
A declaração não fez menção a combustíveis, extremamente necessários para geradores hospitalares.
A falta de combustível também contribui para a crise hídrica na região, pois as centrais de dessalinização e as bombas de água deixam de funcionar, segundo um relatório da ONU.
Biden afirmou ainda que as pessoas não poderão evacuar Gaza. Medida foi adotada para amenizar os receios no Cairo de que o Egito será solicitado a acolher refugiados da guerra.