Biden diz que ajuda humanitária a Gaza via Egito pode começar nesta sexta
O presidente dos EUA, Joe Biden, declarou na madrugada desta quinta-feira, que a ajuda humanitária à Faixa de Gaza através do Egito pode começar já na sexta-feira. Na tarde de ontem, o governo de Israel autorizou a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. O socorro deve entrar pela fronteira com o Egito.
O que aconteceu
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, concordou em abrir a passagem de Rafah para cerca de 20 caminhões que transportam ajuda humanitária para a cidade de Gaza.
Biden acrescentou que as pessoas não poderão evacuar Gaza. Medida foi adotada para amenizar os receios no Cairo de que o Egito será solicitado a acolher refugiados da guerra.
Mais de 200 caminhões e cerca de 3.000 toneladas de ajuda estão posicionados na passagem de Rafah ou perto dela, disse o chefe da Cruz Vermelho Khalid Zayed.
Os suprimentos ficarão sob supervisão da ONU, disse o ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shoukry, à TV Al-Arabiya.
Em Tel Aviv, o presidente norte-americano se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Antes, Israel já havia afirmado que, a pedido de Biden, concordou em permitir a entrada de ajuda na Faixa de Gaza.
"Diante do pedido do presidente [dos EUA, Joe] Biden, Israel não impedirá o envio de ajuda humanitária pelo Egito", indicou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
O comunicado diz que Israel "não impedirá" as entregas de alimentos, água ou medicamentos do Egito, desde que sejam limitadas a civis no sul da Faixa de Gaza e não sejam destinadas aos membros do Hamas. A declaração não fez menção a combustíveis, extremamente necessários para geradores hospitalares.
EUA vetam proposta na ONU
Um veto dos Estados Unidos impediu que a ONU recomendasse uma pausa humanitária na guerra entre Israel e Hamas. Em votação do Conselho de Segurança nesta quarta-feira (18), o país foi o único a rejeitar a resolução proposta pelo Brasil.
Dos 15 países do Conselho de Segurança da ONU, 12 votaram a favor da proposta brasileira, mas o texto não foi aprovado. Como um dos cinco membros permanentes do conselho, os EUA têm poder de veto sobre qualquer resolução.
O veto dos EUA à proposta na ONU foi alvo de críticas. Além de embaixadores de países como China e Rússia, organizações como a Human Rights Watch se disseram decepcionadas com a rejeição do texto.
"Ajuda sem precedentes"
Durante a viagem, Biden reafirmou o apoio a seu principal aliado no Oriente Médio após a ofensiva do grupo extremista Hamas contra o território israelense, no último dia 7.
Israel diz ter recebido ajuda "sem precedentes" dos EUA. Segundo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a ajuda militar inclui "assistência que reforça ainda mais as nossas capacidades de guerra".
Viagem tinha como objetivo reforçar o apoio a Israel na guerra contra o Hamas. Biden condenou o ataque a um hospital em Gaza, que ontem (17) teria deixado pelo menos 471 mortos, e se disse "indignado e profundamente triste". O presidente americano apoiou a versão de que o bombardeio não foi causado por Israel.
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Quero receberHamas acusa Israel por ataque a hospital e fala em "genocídio". O país nega e atribui o bombardeio à Jihad Islâmica. O grupo, por sua vez, recusa veementemente a autoria do atentado, chama a acusação de "mentira" e diz que Israel tenta "encobrir o massacre que cometeram contra civis".
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