Embaixador da Palestina sobre saída de brasileiros: 'Não tem garantias'
O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, afirmou em entrevista ao UOL News desta sexta-feira (10) que não há garantias sobre a saída dos 34 brasileiros que seguem esperando para sair de Gaza pela fronteira de Rafah.
Realmente não tem garantias. Era quarta-feira, depois quinta-feira, depois sexta-feira. Eles embarcaram em um ônibus, já chegaram na fronteira. Vocês viram as imagens dos brasileiros que já estavam na entrada da fronteira de Rafah. Sinceramente, não tenho certeza. Isso é uma coisa enigmática, não podemos dizer que sim. Somente estando no Egito e no avião é que dá para ter certeza que estarão voltando ao Brasil.
O embaixador foi questionado pelo colunista do UOL Tales Faria sobre como esses cidadãos serão recebidos no Brasil. Segundo ele, alguns não possuem local para ficar ou até mesmo família no Brasil, mas o governo federal deve dar auxílio a essas pessoas.
Eles são brasileiros, estão voltando à sua casa. Se alguns não tiverem onde ficar, o governo brasileiro oferecerá para eles condições de vida. Eles estão saindo de Gaza absolutamente sem nada, com uma mochila. Perderam tudo, estão com pouca roupa. O governo do Brasil com certeza não vai abandonar seus cidadãos.
Ibrahim Alzeben também afirmou que a responsabilidade pela permanência dos brasileiros em Gaza é de Israel, já que é o país "que elabora as listas de quem deve sair e autoriza a abertura ou fechamento da fronteira".
Embaixador da Palestina prepara denúncia contra Israel no TPI: 'Genocídio'
Embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahum Alzeben, disse também que prepara uma denúncia contra Israel no Tribunal Penal Internacional (TPI), classificando os ataques realizados em Gaza como "genocídio".
O embaixador afirmou que está havendo limpeza étnica, catástrofe ambiental e castigo coletivo, o que, segundo o Direito Internacional, é classificado como genocídio.
Não existem dúvidas de que é um genocídio e de que aqueles que cometeram esse genocídio têm de enfrentar seu destino frente aos tribunais competentes. Nós já estamos elaborando um material com juristas, contabilizando quase dois mil massacres, e vamos nos dirigir ao Tribunal Penal Internacional. Eles não podem estar soltos.
Segundo o embaixador, os ataques a Gaza comprometem a vida do povo palestino, dos israelenses e a paz em toda a região. Alzeben ainda disse que o julgamento não deve ser apenas contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Não somente Netanyahu. Não sou eu quem vai decidir isso. Netanyahu é a cabeça do poder, mas tem o ministro [das finanças] Bezalel Smotrich, o ministro [da Segurança Nacional] Itamar Ben-Gviré. Todos deste gabinete são responsáveis. Quem vai decidir quem vai aos tribunais são os próprios tribunais. Nossa responsabilidade frente ao nosso povo, frente aos israelenses e toda a região é levantarmos a voz e prepararmos nossos documentos.
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