Suspeito de espancar engenheiro brasileiro em Portugal é preso

Ele estava em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica. Além da agressão ao brasileiro, Fábio é investigado em outro caso de violência, que teria ocorrido no dia 3 de janeiro deste ano. Ele e mais três homens são suspeitos de agredirem um casal.

A prisão domiciliar do suspeito foi decretada em julho deste ano por envolvimento nos dois casos de violência.

Mas o Ministério Público recorreu da decisão e solicitou a prisão preventiva, alegando que o suspeito é violento. Fábio Lemos foi indiciado pelos crimes de ofensa à integridade física qualificada, detenção de arma proibida e dano com violência.

Ao UOL, o brasileiro Saulo Jucá confirmou que compareceu ao tribunal para prestar depoimento.

Ele classificou como "ótima" a prisão do suspeito, mas disse que espera a condenação dele. "Foi ótimo saber da prisão dele, mudei inclusive de cidade. Mas o sentimento de justiça para mim será após a condenação dele. E espero que seja em breve".

O que diz o suspeito

Fábio Lemos alegou "ter agido apenas e só em legítima defesa" e negou que tenha agido por xenofobia. "Nunca tive nada contra os brasileiros. Inclusive,
tenho, não só, amigos, como também pessoas com ligações familiares a brasileiros, isso de eu ser xenofóbico não faz sentido nenhum, foi um desentendimento normal", disse ele ao jornal O Minho.

Já o advogado de Fábio Lemos contestou o recurso do Ministério Público. A defesa ressaltou que ele nunca desobedeceu qualquer medida judicial para deixar a prisão domiciliar.

Relembre o caso

Em junho, o engenheiro civil Saulo Jucá estava em um café na rua de casa quando um homem se aproximou e perguntou onde ele havia nascido. "Eu estava com dois amigos e eles foram embora. Decidi ficar um pouco mais e estava falando com o dono do café quando o agressor ouviu o meu sotaque", conta Saulo ao UOL.

O fiscal de obras, que mora em Portugal desde 2021 e tem cidadania portuguesa, disse ser brasileiro "com muito orgulho" e acabou agredido. "Ele partiu para cima de mim, sem nenhum motivo, batendo na minha cara, não tive tempo de me defender. Quando caí no chão, recebi chutes e socos nas costelas e no corpo todo", lamenta.

A vítima lembra que o homem que o agrediu estava com sinais de embriaguez e que sua mãe teria dito "que ele seria preso de novo". O brasileiro foi socorrido para o hospital de Braga e só teve alta após um dia. "Estou todo quebrado, tenho que ficar de repouso", diz.

Ele prestou queixa do caso e disse que o ataque xenofóbico foi "covarde".