Cientistas encontram dente de tubarão gigante preservado no Pacífico
Cientistas norte-americanos encontraram nas profundezas do Pacífico Norte um dente de Otodus megalodon — um tubarão gigante, ancestral dos tubarões modernos — com 3,5 milhões de anos e, pela primeira vez, com a polpa muito bem preservada.
O que aconteceu
Os paleontólogos da Universidade do Wyoming, nos EUA, encontraram o fóssil com sete centímetros de comprimento em um promontório submarino a mais de 3.000 metros de profundida no Pacífico Norte, perto do Havaí.
Como o dente estava apenas parcialmente fossilizado, a equipe pôde ver detalhes minuciosos, jamais vistos antes. Isso porque o esmalte e a polpa esponjosa no interior ainda estavam intactos. O estudo foi publicado na quinta-feira passada (14), na revista Historical Biology.
A descoberta foi feita por acidente, enquanto os cientistas pesquisavam a área com um ROV (Veículo Operado Remotamente) para compreender a geologia e biologia do fundo do mar. Ele encontrou o dente entre as rochas, exposto e intacto.
Após análise, os cientistas descobriram que as bordas cortantes e serrilhadas do dente ainda estavam intactas. Isso significa que ele passou os últimos milhões de anos no topo do monte submarino, onde as correntes oceânicas impediram que a areia o cobrisse.
Outra coisa tornou o dentro encontrado único: apenas a parte externa do dente parecia fossilizada. Os pesquisadores descobriram que o mineral manganês começou a incrustar o dente, mas que isso só aconteceu parcialmente até agora. "Normalmente, quando o manganês fossiliza um dente cujo interior está exposto, o resultado é apenas o esmalte — uma casca oca do dente", explicam os paleontólogos no estudo.
Tubarão gigante
O Otodus megalodon é uma espécie extinta de tubarão gigante, o megalodonte, que viveu entre 23 e 3,6 milhões de anos atrás. Seu nome significa "dente gigante". Estima-se que ele media entre 10 e 20 metros de comprimento.
O maior tubarão predador existente hoje em dia é o grande tubarão-branco. Ele costuma atingir 4,9 metros de comprimento — ou seja, o megalodonte pode ter sido três ou quatro vezes maior do que ele.
Acredita-se que ele tenha sido extinto justamente por seu tamanho e apetite. Quando o nível do mar caiu, entre 2,6 e 3,5 milhões de anos atrás, não havia presas suficientes e a espécie acabou sendo extinta, juntamente com outros predadores marinhos.
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