Senadores aumentam próprio salário em 170% na Argentina; Milei reage
Os senadores da Argentina aprovaram na quinta-feira (18) aumento de 170% no próprio salário e também um bônus de Natal, em meio à crise econômica vivenciada pelo país.
O que aconteceu
Aprovação do aumento ocorreu no final de uma sessão ordinária e durou menos de dois minutos. A partir de maio, o salário bruto de cada um dos 72 senadores passará para cerca de 4 milhões de pesos argentinos líquidos (aproximadamente R$ 24 mil). Em contrapartida, o salário mínimo na Argentina beira os 200 mil pesos (R$ 1.200).
Medida teve aval da vice-presidente de Javier Milei, Victoria Villarruel, que também preside o Senado, segundo informações do jornal Clarín. Em seu perfil no X, Villarruel justificou que "não tinha ferramentas para parar a votação" e ressaltou que "como presidente do Senado, não sou senadora, não recebo do Senado e não posso interferir nessas decisões".
Votação ocorreu por meio de levantamento de mão, sem registro eletrônico. Senadores da base do governo que durante a campanha endossaram o discurso de crítica à "casta política" votaram a favor dos reajustes, de acordo com o Clarín.
Javier Milei reagiu em postagens no X. O presidente argentino criticou os senadores e disse que "os únicos que votaram contra" foram os sete parlamentares de seu partido, o Liberdade Avança. Ele também postou uma foto de ratos vestidos de traje social em suposta alusão aos senadores.
DESCRIPCIÓN PERFECTA pic.twitter.com/bhcdiLvza8
-- Javier Milei (@JMilei) April 19, 2024
Milei também aumentou próprio salário, mas recuou. Em março, o presidente reajustou seus vencimentos em 50%, foi criticado e voltou atrás dias depois.
A Argentina vivencia uma crise econômica com a inflação alta. De acordo com o jornal El País, mais da metade dos 46 milhões de argentinos estão abaixo da linha da pobreza.
*Com informações da AFP
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