Aliado a Moscou e crítico da Ucrânia: quem é o premiê da Eslováquia baleado
O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, foi baleado várias vezes, nesta quarta-feira (15), e permanece em estado grave, conforme relatou a imprensa local. Mas, afinal, quem é o premiê que sofreu uma tentativa de homicídio?
O que aconteceu
Fico teve altos e baixos na carreira política. Ele está em seu terceiro mandato como primeiro-ministro da Eslováquia: esteve no cargo entre 2006 e 2010, 2012 e 2018 e foi eleito novamente em outubro do ano passado.
Líder foi forçado a renunciar em 2018 após semanas de protestos. As manifestações ocorreram devido ao assassinato do jornalista Jan Kuciak e de sua noiva, Martina Ku?nírová. Na ocasião, Kuciak havia denunciado a corrupção no país, incluindo pessoas diretamente ligadas a Fico e ao seu partido SMER, segundo registro da rede de TV CNN. Por isso, o seu retorno em 2023 foi considerado surpreendente.
Fico é aliado de Moscou, simpático de Orbán e crítico da Ucrânia. Na sua campanha, ele adotou uma roupagem da extrema-direita: criticou o apoio ocidental à Ucrânia, prometeu o fim imediato do apoio militar ao País e disse que seria um obstáculo às ambições de Volodymyr Zelensky na Otan. O premiê também não fez questão de esconder a sua simpatia pelo Kremlim. Chegou até mesmo a culpar os "nazis e fascistas ucranianos" por provocarem o presidente russo, Vladimir Putin. E se aproximou do primeiro-ministro ultranacionalista da Hungria, Viktor Orbán.
Tentativa de assassinato
Premier corre risco de morte, informou governo, que chamou o ataque de "tentativa de assassinato". Ele saía de uma reunião e cumprimentava apoiadores quando foi atingido. A informação é do jornal alemão Deutsche Welle.
Fico foi atingido no abdômen segundo canal local. A emissora TA3 informou que, ao todo, quatro tiros foram disparados.
Ele estava na cidade de Handlová e foi socorrido de helicóptero para um hospital. Após receber os primeiros socorros, ele foi transferido para Banska Bystrica.
Homem foi preso. Imagens de um homem algemado por seguranças do premiê foram publicadas pela agência de notícias Reuters. Não há detalhes sobre a identidade dele.
'Ataque brutal', diz presidente da Eslováquia
Ataque brutal deve ser condenado, diz presidente da Eslováquia. Zuzana Caputova disse que estava "em choque" e desejou melhoras ao político em pronunciamento.
Ursula von der Leyen, presidente da União Europeia, também falou sobre ataque. Em publicação nas redes sociais, ela afirmou que "tais atos de violência não têm espaço na nossa sociedade".
Carreira de três décadas. Ao longo de 30 anos na política, ele transitou entre a corrente pró-europeia e posições nacionalistas contrárias às políticas da União Europeia e dos Estados Unidos. Ele também demonstrou disposição para mudar de rumo, dependendo da opinião pública ou de mudanças na realidade política.
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