Pressionado, Putin cogita cessar-fogo na Ucrânia durante Olimpíadas
O presidente russo, Vladimir Putin, disse na sexta-feira (17) que cogita uma trégua na guerra da Ucrânia durante as Olimpíadas e que não pretende invadir Kharkiv — embora suas tropas estejam nos arredores da segunda maior cidade ucraniana.
O que aconteceu
Em visita à China, Putin afirmou que discutiu a trégua com o presidente chinês, Xi Jinping. A pressão para que ele pare a guerra nas Olimpíadas da França, em julho, é grande. O pedido surgiu primeiro do presidente francês, Emmanuel Macron.
Ele ouviu o mesmo pedido de Xi Jinping durante a visita à China. O encontro do russo com o líder chinês ocorreu dias depois de Antony Blinking, secretário americano de Estado, visitar a China e pedir o mesmo a Xi Jinping.
Putin também negou a intenção de invadir Kharkiv, no Nordeste da Ucrânia. O exército russo avançou para os arredores da cidade nos últimos dias ao ponto de a Ucrânia admitir que precisou recuar. Seu plano seria apenas criar uma "zona tampão" ao redor da região, disse ele, que culpou a Ucrânia pela ofensiva em Kharkiv.
Isso [avanço sobre Kharkiv] também é culpa deles [Ucrânia], porque bombardearam e continuam a bombardear bairros residenciais, incluindo Belgorod [cidade russa na fronteira].
Vladimir Putin
A China prometeu não fornecer armas à Rússia. Pequim, no entanto, tem ajudado Moscou com inteligência via satélite, chips e equipamentos, acusaram os Estados Unidos.
A Rússia se tornou o primeiro fornecedor de gás da China e vende petróleo ao país. O desfecho do conflito depende do aprofundamento da relação entre os dois países, dizem analistas internacionais.
Para pressionar Xi Jinping, o governo americano anunciou um aumento das tarifas sobre produtos chineses. Os europeus também lançaram investigações antidumping contra o país aisático. Analistas apontam que o presidente chinês adotou uma estratégia de equilíbrio, tentando se alinhar à Rússia e estabilizar os laços com o Ocidente para retomar o vigor da economia chinesa, em desaceleração.
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