Vladimir Putin chega à China enquanto tropas russas avançam na Ucrânia
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1. Putin visita a China em meio à escalada de tensão com os EUA. A China prometeu não fornecer mais armas à Rússia, mas Pequim, segundo os EUA, tem ajudado Moscou com inteligência via satélite, chips e equipamentos. A Rússia se tornou o primeiro fornecedor de gás da China e vende grandes quantidades de petróleo para o país. O desfecho do conflito na Ucrânia e a solidez do eixo antiocidental formado entre Pequim e Moscou podem depender do aprofundamento da relação entre os dois países, afirma o Le Monde. É o que presidente Vladmir Putin tentará buscar nessa visita de dois dias à China, no momento que as tropas russas avançam sobre Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia. Mas o líder chinês, Xi Jinping, também está sob pressão do Ocidente. O governo americano anunciou recentemente um aumento das tarifas de importação sobre vários produtos chineses e os europeus lançaram investigações antidumping contra o país. Analistas apontam que Xi Jinping adotou uma estratégia de equilíbrio, tentando se alinhar com a Rússia e estabilizar os laços com os países ocidentais para relançar sua economia em desaceleração.
2. Atentado contra premiê eslovaco põe a Europa em estado de alerta. O ultraconservador Robert Fico levou cinco tiros enquanto cumprimentava apoiadores, o ataque mais sério a um líder europeu em décadas. Após ser operado durante horas ele segue em estado grave, mas estável. O The New York Times afirma que o atentado alimenta temores de que a política polarizada da Europa se transforme em violência. Pró-russo e aliado do premiê húngaro, Fico voltou ao poder em 2023, após ter renunciado em 2018 em meio a protestos em massa e acusações de corrupção. Seu governo, frequente crítico da União Europeia, formou uma coalizão com um partido de extrema direita. O ministro eslovaco do Interior afirmou que o ataque contra Fico tem motivação política. O suspeito, Juraj Chintula, um poeta de 71 anos, foi detido. Ele escrevia regularmente em seu blog textos contra o governo de Fico, segundo o jornal Pravda.
3. Inflação desacelera nos Estados Unidos e na Europa. O Índice de Preços ao Consumidor americano teve alta de 0,3% em abril, abaixo do esperado. Analistas estimavam que ocorreria o mesmo ritmo de março, de 0,4%. Na comparação anual, a taxa recuou de 3,5% para 3,4%. Como a inflação menor pode possibilitar um ciclo de corte dos juros, os mercados reagiram positivamente. Wall Street fechou com recordes em seus três principais índices na quarta-feira. Na Europa, a inflação também dá sinais de desacelerar mais rápido. A Comissão Europeia anunciou que passou a estimar uma alta de 2,5% dos preços na zona do euro em 2024, contra 2,7% previsto anteriormente. Os números se aproximam da meta de 2% do Banco Central Europeu. Segundo a Eurostat, a inflação em abril deve atingir 2,4% em ritmo anual, o mais baixo em dois anos.
4. França decreta estado de emergência na Nova Caledônia após mortes em protestos. Os violentos confrontos nesse arquipélago que fica no Pacífico já mataram cinco pessoas, entre elas dois policiais, um deles por um tiro acidental. Os violentos protestos ocorrem por causa de uma reforma eleitoral aprovada pelo parlamento francês e contestada pelos independentistas. O texto autoriza quem reside há pelo menos dez anos a votar nas próximas eleições locais. Mas os independentistas Kanak defendem que apenas os nativos e moradores antes do acordo de descolonização progressiva, firmado em 1998, têm o direito de votar, por receio de uma "recolonização." Um reforço policial com mil homens foi enviado à Nova Caledônia, onde o TikTok foi proibido para tentar evitar a organização de distúrbios via plataforma. Um toque de recolher também foi decretado. Cinco independentistas foram colocados em prisão domiciliar.
5. EUA anunciam fim da construção de cais temporário em Gaza. A instalação em uma praia da Faixa de Gaza tem o objetivo de facilitar a entrada de ajuda humanitária. O comando militar americano informou que a ajuda deve começar a chegar nos próximos dias e a distribuição será coordenada pela ONU. O cais custou cerca de US$ 320 milhões e é uma alternativa para contornar as restrições de acesso terrestre ao território palestino impostas por Israel. O governo israelense informou que meio milhão de pessoas deixaram Rafah, na fronteira com o Egito, que deve sofrer uma ofensiva terrestre.
Deu no New York Times: Mudança climática ameaça mercado de seguros residenciais nos EUA. O jornal escreve que as turbulências no setor de seguros provocadas por catástrofes naturais - antes concentradas na Flórida, Califórnia e Louisiana - se espalharam rapidamente por diversos estados americanos, incluindo o nordeste do país, onde o seguro residencial era ainda lucrativo para as empresas. No ano passado, as seguradoras tiveram prejuízos em 18 estados, mais de um terço do país, segundo o NYT. Há dez anos, isso havia ocorrido em oito estados. Muitas seguradoras estão abandonando a cobertura de residências por conta dos prejuízos. Especialistas dizem que com as mudanças climáticas as tempestades e incêndios se tornaram mais intensos e o custo dos desastres aumenta mais rapidamente do que as seguradoras podem suportar. Leia mais.
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