Conteúdo publicado há 6 meses

Sem-teto são retirados de Paris antes das Olimpíadas, dizem ativistas

A entidade Le Revers de la Médaille (O Outro Lado da Medalha, em francês), formada por mais de 90 ONGs, denunciou o governo francês de expulsar sem-teto de Paris para deixar a cidade "mais brilhante" para as Olimpíadas, que ocorrem neste ano na cidade.

O que aconteceu

Cerca de 12,5 mil pessoas foram movidas de Paris. Segundo o relatório da entidade, 12.545 pessoas foram expulsas de Paris ou levadas a outras áreas da cidade desde abril do ano passado.

Polícia tem atacado trabalhadores sexuais e usuários de droga, diz entidade. A Le Revers de la Médaille diz também que o governo francês está retirando essas pessoas de suas redes de apoio, por onde elas conseguem cuidados de saúde essenciais.

Autoridades são acusadas de "limpeza social". Paul Alauzy, coordenador de saúde da ONG Médecins du Monde, diz no relatório que a solução do governo francês é de curto prazo, e que serve para "esconder a miséria embaixo do tapete".

Prefeita de Paris disse que "ninguém seria retirado da cidade". Em discurso no ano passado, Anne Hidalgo afirmou que pediu ao governo da França para montar um plano para abrigar 3.600 pessoas que moram nas ruas há anos, e disse que a situação "não é de responsabilidade da prefeitura, mas do governo da França".

Esta limpeza baseia-se numa dupla abordagem de dispersão para evitar a criação de assentamentos informais que seriam visíveis demais, e na remoção da conurbação parisiense daquelas pessoas que se encontram em uma situação muito precária e que podem ocupar o espaço público diariamente. Embora essas políticas públicas estejam em vigor há vários anos, diversos indicadores nos levam a acreditar que os Jogos Olímpicos estão atuando como aceleradores.
Trecho de relatório da Le Revers de la Médaille

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