Conteúdo publicado há 6 meses

Embaixada nega repatriar família de brasileiros feridos em ataque no Líbano

A Embaixada do Brasil no Líbano negou a repatriação da família de brasileiros ferida em um ataque no sul do país.

O que aconteceu

Documento foi enviado o UOL por Hussein Ezzddein, familiar das vítimas. Embaixada alegou que o regulamento consular do país "não procede a repatriação de brasileiros que também sejam nacionais dos países onde se encontram, salvo em casos excepcionais, a exemplo de repatriações coletivas".

Três brasileiros ficaram feridos após ataque das forças israelenses contra a cidade de Saddike, no sul do Líbano, no sábado (1º). Fátima Boustani, 30, e seus dois filhos, uma adolescente de 13, e um garoto de 8, precisaram ser hospitalizados com vários ferimentos — o menino já recebeu alta, mas mãe e filha seguem internadas.

Embaixada do Brasil no Líbano avisou a família sobre a impossibilidade de repatriação na tarde desta quinta-feira (6). O órgão ressaltou que tem "acompanhado de perto a evolução do quadro de saúde" dos feridos, e empenhou-se para a realização da transferência de Fátima para Beirute, "para um hospital que lhe pudesse prestar a melhor assistência médica possível, garantindo sua internação sem ônus para a família".

A equipe da Embaixada do Brasil em Beirute permanece dedicada a prestar todo o apoio necessário a sua família e continuará a monitorar atentamente a evolução do estado de saúde da Senhora Boustani e sua filha.
Embaixada do Brasil no Líbano, em comunicado enviado a primo de família ferida

Pai teme por segurança dos filhos

Ahmad Aidibi, marido de Fátima e pai das crianças, tem medo que novos ataques atinjam os filhos. Ao UOL, o primo dele, Hussein Ezzddein, explicou que bombardeios israelenses no sul do Líbano continuam, em uma investida das forças do estado judeu contra o grupo extremista Hezbollah.

Pai quer que ao menos as crianças sejam repatriadas. Ezzddein disse que Fátima ainda não tem condições para viajar devido ao seu estado clínico, mas a adolescente e os irmãos dela podem ser repatriados.

O que diz o Itamaraty: em nota enviada ao UOL (veja a íntegra abaixo), o Itamaraty afirmou que "eventuais pedidos de repatriação serão avaliados conforme orientações das equipes médicas sobre as condições de saúde dos envolvidos e à luz da normativa consular vigente". "No caso de menores, é necessário a autorização de ambos genitores. Ademais, somente em casos excepcionais é realizada a repatriação de binacionais que sejam também nacionais dos países onde se encontrem", diz o texto.

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Transferência para Beirute

A transferência de Fátima Boustani para Beirute foi realizada nesta quarta-feira (5). Na capita libanesa, a brasileira receberá melhores tratamentos para seu quadro de saúde, que ainda é considerado delicado.

Fátima ficou com o rosto desfigurado e sofreu sangramento no pulmão. Ela estava intubada na UTI de um hospital no sul do Líbano. Ela não corre risco de morrer, mas vai precisar passar por muitas cirurgias para reconstrução da face.

Filho recebeu alta, mas filha segue internada. O menino de 8 anos sofreu ferimentos na cabeça e nos braços, mas passa bem e está sob os cuidados da família. Já a menina, de 12 anos, sofreu diversos ferimentos, perdeu muito sangue e quase teve uma perna amputada.

Veja a íntegra da nota enviada pelo Itamaraty

"O Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil no Líbano, tem prestado assistência consular aos brasileiros feridos em ataques no Líbano.

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O atendimento prestado aos brasileiros tem atribuído absoluta prioridade à recuperação dos envolvidos e leva em conta, principalmente, as avaliações realizadas pelas equipes médicas.

Como resultado de gestões realizadas pela Embaixada junto às autoridades locais, foi possível transferir cidadã brasileira de Tiro para receber assistência médica em hospital em Beirute. A Embaixada ofereceu, ademais, auxílio aos assistidos para fins de realocação, à luz da situação de segurança no sul do Líbano.

Eventuais pedidos de repatriação serão avaliados conforme orientações das equipes médicas sobre as condições de saúde dos envolvidos e à luz da normativa consular vigente.

Dentre os requisitos da repatriação estão a expressa vontade do nacional em ser repatriado e declaração de hipossuficiência emitida pela Defensoria Pública da União.

No caso de menores, é necessário a autorização de ambos genitores. Ademais, somente em casos excepcionais é realizada a repatriação de binacionais que sejam também nacionais dos países onde se encontrem"

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