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Josias: Sem Biden, Trump já não tem cachorro morto para chutar até novembro

A desistência do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em concorrer à reeleição muda a chave das eleições de novembro e deixa Donald Trump sem um "cachorro morto" para chutar até lá, analisou o colunista Josias de Souza no UOL News da manhã desta segunda-feira (22).

Biden desistiu da reeleição no domingo (21).

Mudou o cenário. Não é suficiente para determinar a vitória, mas, certamente, mudou a chave. Donald Trump já não tem um cachorro morto para chutar até a eleição de novembro. No instante em que joga a toalha, Joe Biden tira o Partido Democrata das cordas.

Com o apoio que ele dá a Kamala Harris, que é uma filha de imigrantes, Biden oferece aos seus correligionários e financiadores da campanha a chance de colocar Trump para brigar com o próprio sonho americano, porque Kamala Harris é filha de mãe indiana, pai jamaicano, se formou em Direito e tem uma carreira de vitrine.

Trump vai ter que modular seu discurso, se ele exagera na pancadaria, ele acaba esmurrando o eleitorado feminino, negro e latino. No limite, Trump pode golpear Usha Vance, filha de indianos e casada com o vice dele, J.D. Vance.

O colunista afirma que a estratégia do Partido Republicano terá que ser repensada após a mudança de candidato dos democratas.

Essa estratégia republicana deve ser recalibrada. Trump tinha se equipado há três anos para confrontar o governo dele com o do Biden, mas agora terá que mudar essa dinâmica da campanha.

E os democratas estão sendo intimados pelas circunstâncias a exibir uma certa unidade, e rápido. O bom-senso recomenda que os partidários de Joe Biden executem dois lances rapidamente: coroar Kamala Harris como alternativa, se possível, de preferência, bem antes da convenção nacional do partido, que está marcado para agosto, e indicar um bom vice para ela, de preferência um correligionário de um desses estados pêndulo.

Candidato será escolhido em agosto

Cerca de 4.000 delegados democratas, reunidos em Chicago de 19 a 22 de agosto, escolherão o candidato do Partido Democrata. A maioria está comprometida com Biden. Depois de seu anúncio abrupto, eles não estão obrigados por nenhuma lei ou regra do partido a apoiar ninguém.

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Kamala precisa do apoio de 1.969 dos 3.936 delegados democratas para garantir sua indicação na convenção. Biden era o candidato presumido do partido, mas não tem poder direto sobre a escolha do candidato formal dos delegados.

Qual é a chance de Kamala Harris vencer Trump?

Pesquisas de intenção de voto mostram Kamala em uma posição melhor que Biden. Levantamentos feitos após o debate entre Biden e Trump e após o atentado contra o ex-presidente mostram a democrata com uma aprovação maior que o correligionário.

Na maioria dos casos, no entanto, ela ainda perde para o republicano.

Para Trump, é mais fácil derrotar Kamala. Em entrevista à CNN norte-americana após a desistência de Biden, o republicano afirmou que será mais fácil ganhar as eleições se a candidata democrata for Kamala Harris.

Quem é Kamala Harris?

A vice-presidente é filha de pai jamaicano e mãe indiana. Ela foi a primeira mulher, a primeira pessoa negra e a primeira pessoa de origem indiana a tomar posse como vice-presidente dos EUA.

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Kamala Harris estudou ciências políticas, economia e direito. Ela foi aprovada no exame da Ordem dos Advogados em 1990 e iniciou sua carreira como promotora pública.

Ela se autodenominava a "melhor policial" da Califórnia. Kamala irritou parte da polícia com sua recusa em aplicar sentença de morte contra um acusado de matar um policial. Ao mesmo tempo, foi criticada por uma fraca atuação contra a corrupção nas forças policiais.

Harris subiu na hierarquia até se tornar procuradora-geral da Califórnia, em 2011. Ela foi a primeira mulher, negra e sul-asiática americana a ocupar o cargo.

O início da carreira política foi em 2015, quando concorreu ao Senado, com apoio de Joe Biden e do então presidente dos EUA, Barack Obama. Em 2017, se tornou a segunda mulher negra a tomar posse no Senado.

Em 2019, lançou campanha no partido Democrata para a sua indicação presidencial. À época, Biden foi seu oponente. Ela desistiu da disputa e apoiou Biden, que mais tarde a convidou para ser sua vice-presidente. A chapa foi eleita à Presidência dos EUA em novembro de 2020.

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