Jamil Chade

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Reportagem

Maduro acusa opositores e diz que embaixada é usada para planejar sua morte

O governo de Nicolás Maduro afirmou neste sábado (7) que decidiu revogar a custódia brasileira da embaixada da Argentina em Caracas por ter "provas" de que o local está sendo usado para planejamento de atos "terroristas" e de "tentativas" de assassinato contra ele e sua vice, Delcy Rodríguez. As provas, no entanto, não foram apresentadas.

O governo venezuelano decidiu revogar, de forma unilateral, a custódia do Brasil da embaixada. O gesto foi tomado depois que o local passou a ser cercado por agentes das forças de ordem a partir da noite desta sexta-feira (6). Na embaixada estão seis opositores venezuelanos, que entraram no local como forma de fugir da polícia venezuelana.

A crise aprofunda a tensão entre o governo de Maduro e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não reconheceu a vitória do venezuelano e busca uma maneira de mediar a crise.

Num informe emitido há dois meses, a ONU alertou que as autoridades venezuelanas usavam o argumento de supostos atentados contra o presidente para justificar atos de repressão. Na investigação da ONU, a entidade sugeria que esses supostos planos de assassinatos não existiam.

O local, que abriga venezuelanos membros da oposição, foi assumido pelo governo brasileiro há poucas semanas, como forma de evitar uma crise ainda mais grave entre os países da região. O Brasil deixou claro, na resposta, que não irá ceder e que apenas deixaria suas funções quando houver um novo acordo para que outro governo assuma o local.

Num comunicado, o governo da Venezuela anunciou que "tomou a decisão de revogar, com efeitos imediatos, a aprovação concedida ao Brasil para representar os interesses da República Argentina e dos seus nacionais em território venezuelano, bem como a custódia das instalações da missão diplomática Brasil para exercer a representação dos interesses da República Argentina e dos seus nacionais em território venezuelano, bem como a custódia das instalações da missão diplomática, incluindo os seus bens e arquivos, conforme anunciado no comunicado conjunto de 5 de agosto de 2024".

O governo Maduro indicou que a decisão foi notificada ao Brasil por via diplomática.

O argumento usado pelo regime é de que as instalações estavam sendo usadas para atos "terroristas".

"A Venezuela vê-se obrigada a tomar esta decisão devido às provas da utilização das instalações desta missão diplomática para o planejamento de atividades terroristas e tentativas de assassinato contra o Presidente Constitucional da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros, e contra a Vice-Presidente Executiva, Delcy Rodriguez Gómez, por parte de fugitivos da justiça venezuelana que permanecem no interior da missão", disse.

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"A República Bolivariana da Venezuela, na qualidade de Estado recetor, toma esta medida em conformidade e no pleno respeito da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961 e da Convenção de Viena sobre Relações Consulares de 1963", garantiu o governo Maduro.

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