Condenado, Wade Wilson é transferido para o corredor da morte nos EUA

Wade Wilson, de 30 anos, condenado à morte pelo assassinato de duas mulheres no estado da Flórida (EUA) em 2019, foi transferido para a Instituição Correcional da União, também no estado, onde ficam os presos que aguardam a pena capital.

O que aconteceu

A transferência ocorreu na madrugada de sexta-feira (29). A mudança, divulgada na terça-feira (3) pela revista estadunidense Newsweek e pelo jornal local The News-Press, não foi revelada pelas autoridades por questões de segurança.

O condenado estava detido na mesma prisão desde 2019. Ele estava preso na Penitenciária do Condado de Lee, em Fort Myers, e foi levado para a Instituição Correcional da União, localizada na vila de Raiford, no condado de Union, também na Flórida.

Agora, Wilson se junta a outros 274 homens na ala de condenados à morte. A capacidade da unidade prisional é de 1.486 presos — no local, também há presos não condenados à pena capital. As duas mulheres condenadas à morte na Flórida estão alojadas no presídio Lowell Annex, também no estado.

Wilson fez um acordo judicial na quinta-feira (29). O condenado por homicídio se declarou inocente das acusações de tráfico de drogas que acumulou enquanto estava preso. As outras acusações relacionadas a uma tentativa de fuga dele da unidade prisional também foram retiradas. Antes, a previsão era que Wilson retornaria ao tribunal em 16 de setembro para falar sobre essas acusações pendentes. Esses processos precisavam ser finalizados antes que ele fosse para o corredor da morte.

Com a resolução das acusações, a transferência de Wilson para o corredor da morte, como esperado, foi acelerada. Apesar disso, ainda não há data para o cumprimento da condenação. Leia aqui sobre quem é o condenado.

Como é aguardar a pena capital no corredor da morte?

Union Correctional Institution (Instituição Correcional da União, em tradução livre), na Flórida, nos EUA
Union Correctional Institution (Instituição Correcional da União, em tradução livre), na Flórida, nos EUA Imagem: Divulgação/Florida Department of Corrections

Presos no corredor da morte têm direito a lanches, rádio e TVs de 13 polegadas. As televisões, porém, não têm canal por assinatura e os condenados também não têm direito a ar-condicionado nas celas, informou o Departamento de Correções da Flórida, segundo o jornal local The News-Press.

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Condenados que aguardam a pena capital usam camisetas laranjas para se diferenciarem dos outros presos. No entanto, eles usam calças azuis, assim como os demais detidos.

Eles recebem três refeições por dia, sendo uma às 05h (horário local), outra das 10h30 às 11h e das 16h às 16h30. A comida é feita pela equipe da prisão e transportada até as celas, onde os presos recebem garfos para se alimentarem. Os presos não podem ficar juntos em uma sala comum.

Banhos somente em dias alternados. As visitas também são aceitas, mas devem ser pré-aprovadas pela direção da instituição. Os detidos também podem receber cartas todos os dias, exceto feriados e fins de semana.

A contagem dos presos no corredor da morte ocorre ao menos a cada hora. Eles devem usar algemas em todos os lugares da prisão, menos dentro da cela e no pátio onde fazem exercícios físicos. Os detidos só deixam a cela por questões médicas, para fazer exercícios, receber visitas (incluindo de seus advogados) ou entrevistas à imprensa.

Preso é mudado de cela após governador assinar a sentença de morte dele. Os condenados são levados para a cela conhecida como "Vigília da morte" e têm direito a uma ligação telefônica legal e uma social.

Condenação à pena de morte

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Um juiz da Flórida (EUA) condenou Wade Wilson à morte no dia 27 de agosto. Wilson foi considerado culpado por diversas acusações. Entre elas, pelo homicídio em primeiro grau de Kristine Melton, 35, e Diane Ruiz, 43, na cidade de Cape Coral.

Em junho, um júri com 12 membros do condado de Lee, também na Flórida, haviam recomendado que ele fosse condenado à morte. O júri durou duas semanas e condenou o homem por seis acusações, incluindo duas acusações de homicídio em primeiro grau. Em 25 de junho, dez dos 12 jurados votaram para que o preso fosse executado por matar Diane. Nove deles também votaram pela pena de morte do acusado pelo assassinato de Kristine. Apesar da sugestão do júri, no estado, cabe a um juiz decidir o que ocorrerá com o acusado.

Magistrado condenou o réu à pena capital, uma para cada assassinato. Ele também foi considerado culpado pelas acusações de roubo, lesão corporal e furto. De acordo com documentos judiciais, Wilson está ligado a uma gangue de supremacia branca na prisão. O criminoso ostenta várias tatuagens de suástica, incluindo no lado direito da cabeça e abaixo do olho direito.

Defesa de Wilson disse no julgamento que o cliente tem uma "mente doentia" e é viciado em drogas. Segundo a emissora de TV local FOX 4, o advogado de defesa Kevin Shirley apontou que há "algo errado com cérebro [de Wilson], que não funciona como o de todo mundo". A equipe jurídica do homem pediu, em 3 de julho, um novo julgamento ou absolvição, que foi negada pelo juiz em 15 de agosto, informou o meio de comunicação local The News-Press.

O juiz Nicholas Thompson afirmou no julgamento que "as evidências mostraram que ambos os assassinatos foram hediondos, atrozes e cruéis". Para o juiz, "o segundo assassinato foi frio, calculado e premeditado". Thompson ainda apontou que o assassino provocou "séria dor física e emocional às vítimas" enquanto estava em liberdade condicional por outras condenações criminais, informou o jornal norte-americano USA Today.

Condenado não teria expressado nenhuma reação enquanto o juiz proferia sua sentença. A informação é do jornal New York Post.

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Defesa de Wilson irá recorrer de decisão na Suprema Corte da Flórida. Após a condenação, o advogado Kevin Shirley, afirmou à revista Newsweek que acredita que a decisão foi "meio que antecipada". Em julho, ainda à revista, ele declarou que o caso de Wilson causou um alarde "muito incomum" nas redes sociais.

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