Líderes do Oriente Médio condenam morte de Nasrallah; EUA comemoram

O assassinato do líder do Hezbollah Sayyed Hassan Nasrallah repercutiu entre países do Oriente Médio, movimentos extremistas e políticos e autoridades dos EUA.

O que aconteceu

Joe Biden, presidente dos EUA, disse que a morte de Nasrallah é uma 'medida de justiça'. Em comunicado divulgado neste sábado (28), Biden afirmou que o líder e o Hezbollah "foram responsáveis pela morte de centenas de americanos em um reinado de terror de quatro décadas".

Congressistas republicanos também celebraram morte de Nasrallah. Mike Johnson, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, e outros políticos da oposição a Joe Biden afirmaram que o mundo está "melhor" sem o líder do Hezbollah. Eles cobraram, porém, que o governo Biden desista das pressões para a desescalada dos conflitos na região.

Já o líder supremo do Irã destacou a trajetória do "mártir" e disse que os golpes do Hezbollah devem ser ainda mais fortes. Em uma série de publicações na rede X, o aiatolá Ali Khamenei afirmou que "as bênçãos das décadas de planejamento da jihad de Sayyid Hassan Nasrallah nunca serão perdidas."

Os Houthis, do Iemên, decretaram luto por Nasrallah — assim como o Hamas. Ambos grupos radicais são apoiados pelo Irã. "Reafirmamos nossa absoluta solidariedade com os irmãos do Hezbollah e da Resistência Islâmica no Líbano", escreveu o Hamas.

O primeiro-ministro do Iraque acusou Israel de querer expandir o conflito pela região. Mohammed Shia al-Sudani publicou homenagens a Nasrralah. "As grandes causas, incluindo a justa causa palestina e o contínuo confronto do Líbano com as agressões sionistas, afirmam que, no final, é o povo que prevalecerá em sua terra, o berço de sua história e seu patrimônio", diz o comunicado.

Mahmoud Abbas, da Autoridade Palestina, estendeu suas "condolências" ao povo libanês. "O Presidente estendeu suas sinceras condolências ao governo libanês e ao povo irmão do Líbano pelas mortes de civis resultantes da agressão israelense em curso."

O presidente da Turquia não citou Nasrallah, mas destacou os mais de mil civis mortos no Líbano. "Ninguém com consciência pode aceitar, desculpar ou justificar tal massacre", escreveu Recep Tayyip Erdo?an em um longo comunicado no X. "O governo israelense está se tornando cada vez mais inconsequente à medida que é mimado pelas potências que fornecem armas e munição para seus massacres", completou.

Outras autoridades ocidentais, incluindo o presidente Lula (PT), ainda não se manifestaram sobre o ataque. O governo brasileiro havia se posicionado, nos dias anteriores, de forma a condenar os ataques em Beirute, capital do Líbano, que matou centenas de civis, incluindo brasileiros.

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Liderança do Hamas também foi morta, diz Israel

Israel também anunciou hoje ter matado o líder do Hamas no sul da Síria, Ahmad Muhammad Fahd. Fahd foi morto 'enquanto planejava um ataque terrorista', alegou o Exército de Israel. Os detalhes do bombardeio são atribuídos ao serviço de inteligência israelense.

Ataques aconteceram horas após discurso de premiê na ONU. Na sexta (27), na Assembleia Geral, Benjamin Netanyahu defendeu as guerras contra Hamas e Hezbollah e disse que, se o movimento palestino "permanecer no poder", vai se reagrupar e atacar Israel novamente. Sobre os libaneses, afirmou: "Continuaremos destruindo o Hezbollah até que todos os nossos objetivos sejam alcançados"

Ahmad Muhammad Fahd foi responsável por ataques terroristas contra as tropas das IDF [Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês] e o Estado de Israel na área do sul da Síria, inclusive com disparos de projéteis em direção à região das Colinas de Golã.
Exército de Israel, em comunicado

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