'Ficamos no bunker, uma sirene atrás da outra', diz brasileiro em Israel

O cientista social brasileiro Marcos Gorinstein, que vive em Modi'in, em Israel, contou durante o UOL News desta terça-feira (1º) como foi a movimentação de sua família para ficar em um bunker enquanto as sirenes anunciavam ataques do Irã contra o país.

Na hora que tocou a sirene, a minha casa tem um quarto protegido, um bunker. A gente entrou, ficou uma hora. Era uma sirene atrás da outra, até que as coisas acalmaram e a gente voltou a essa 'normalidade' que a gente vive.

Gorinstein também afirmou que, em sua percepção, os israelenses não são contrários a uma incursão militar no Líbano devido à migração interna no norte do país que o conflito causou, bem como ao desgaste do conflito em Gaza.

O que a gente vê é um desgaste na sociedade por conta da guerra em Gaza. A maioria da população já era a favor de um cessar-fogo. Com o conflito no Líbano, a situação é diferente: no dia 8 de outubro, o Hezbollah quebra o cessar-fogo, ele ataca Israel em apoio ao Hamas. Durante todo esse período, toda a população que vive na fronteira norte foi obrigada a deixar suas casas, e temos cerca de 60 mil pessoas refugiadas dentro de Israel. A população israelense, como um todo, dá [mais] apoio à guerra no Líbano do que em relação a Gaza.

'Mesmo com ataques, me sinto seguro em Israel'

As medidas de alerta à população de Israel também trazem uma sensação de relativa tranquilidade, afirmou o guia turístico brasileiro Ilan Ejzykowicz, que mora em Tel Aviv, durante o UOL News.

Ejzykowicz contou que estava com um grupo de cerca de 50 pessoas quando todos os celulares, mesmo os sem internet, receberam alerta avisando dos ataques dos iranianos. Eles se abrigaram em uma livraria.

Demorou algo como uns 15 minutos, e aí ouvimos o boom. Tivemos outra notificação do celular, dizendo que havia um novo ataque a caminho. [...] No hotel, tocou novamente nossos telefones, e a gente pode se abrigar num local mais confortável. As pessoas estavam tranquilas pelo sistema de defesa, mas tinha ali uma situação de ansiedade tendo em vista que no grupo tinha crianças e uma gestante.

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O brasileiro, natural do Rio de Janeiro, também afirmou que, apesar da rotina dos israelenses ter mudado desde os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023, ele se sente protegido pelo governo em Tel Aviv.

A gente se sente superseguro. Eu sou carioca, nascido e criado, vim para Israel há quase 7 anos, e desde então me sinto muito mais seguro, independente de guerra ou não, do que andar pelas ruas do Rio de Janeiro. Aqui eu sei que há um sistema de defesa, os civis são, sim, importantes — não somos usados como escudos humanos. Temos o aviso bem demarcado de onde o míssil vai cair, onde a gente deve se proteger, as prefeituras mandam mensagem dizendo quando o bunker vai ser aberto, quando vai ser fechado. [...] A gente sente que Israel está protegendo a gente.

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

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