Mãe e filha mexicanas: quem eram as vítimas da queda do avião na Filadélfia

Entre as seis vítimas a bordo do avião de resgate médico que caiu na Filadélfia, nos EUA, na última sexta-feira (31), estavam uma criança de 11 anos e sua mãe, de 31, ambas mexicanas.

O que se sabe sobre as vítimas

Identidade das vítimas foi divulgada inicialmente pela prefeita de Ensenada, cidade de origem das mexicanas. Em uma nota de pesar divulgada pelas redes sociais na tarde de sábado (1º), Claudia Agatón cita os nomes da mãe, Lizeth Murillo Ozuna, e de sua filha, Valentina Gusmás Murillo.

Criança recebia tratamento médico em hospital na Filadélfia. O centro pediátrico Shriners Children divulgou em comunicado que Valentina recebia atendimento no hospital na última sexta e estava acompanhada da mãe, antes de ambas serem transportadas no avião de resgate de volta ao México.

Amigo da família afirmou que criança enfrentava "diversos problemas de saúde" e buscava tratamento nos EUA. Ao The New York Times, César Esparza, pai de uma criança que estudava com Valentina, contou que a menina sofria de uma condição na espinha dorsal e recebia atendimento no Shriners Children desde agosto. O hospital se recusou a divulgar detalhes sobre a paciente, mas informou ao NYT que era difícil encontrar tratamento para sua condição no México.

"A Valentina sempre foi uma guerreira", disse Esparza ao jornal. De acordo com o que foi noticiado por veículos de imprensa mexicanos, a mãe e a filha viajavam frequentemente aos EUA em busca de tratamento pediátrico. De acordo com o portal de notícias NMás, que ouviu familiares das vítimas, a criança já havia passado por diferentes centros médicos no país para tratar uma má formação congênita chamada mielomeningocele. A condição, segundo o Ministério da Saúde brasileiro, é caracterizada por uma abertura na coluna vertebral da criança, que pode levar à paralisia dos membros inferiores, a diferentes graus de restrição no desenvolvimento intelectual, além de disfunções intestinais, gênito-urinárias e ortopédicas.

"Estamos passando por um momento muito doloroso", divulgou um familiar das vítimas. Em publicação no Facebook no sábado, Fabi Guzman, identificada como parente de Lizeth e Valentina, divulgou fotos da mãe e da filha juntas. Em uma delas, a criança aparece em uma cadeira de rodas em meio à neve, na outra, deitada em uma boia na piscina e acompanhada da mãe.

Com toda a dor do mundo e em nome da minha família, quero agradecer a cada uma das mensagens e ligações de vocês. Estamos passando por um momento muito dolorido e nosso coração está em pedaços. Peço orações e eterno descanso para minhas meninas. Faby Gusmán, familiar das vítimas

Outras vítimas

Ministério das Relações Exteriores do México informou que todas as vítimas do voo tinham nacionalidade mexicana. Segundo divulgado pela pasta na rede social X, o consulado mexicano está em contato com as famílias deles.

Continua após a publicidade

Número de mortos subiu para sete no último dia. Inicialmente, havia sido reportada a morte de seis pessoas que estavam a bordo do avião no momento do acidente, mas no sábado, outra pessoa, que estava em um carro na região onde o avião caiu, teve a morte confirmada pela prefeita da Filadélfia, Cherelle Parker. Ela alertou que o número de vítimas fatais ainda pode aumentar e que outras 19 pessoas que estavam próximas ao local do acidente ficaram feridas.

Na tripulação do voo, estavam piloto, co-piloto, paramédico e médicos. Eles ainda não tiveram a identidade divulgada pelas autoridades oficiais do país.

Um deles, porém, foi identificado por empresa de transportes médicos. A XE Médica Ambulancias, companhia mexicana que presta serviços aéreos de emergência, divulgou que o profissional Raúl Meza fazia parte de sua equipe e estava no avião. Segundo a companhia, ele era pediatra com formação em neonatologia pelo Instituto Nacional de Pediatria do México.

"Ele era brilhante", disse colega sobre Meza. Em entrevista ao The New York Times, Fernando Avilés, um supervisor da XE Médica afirmou, emocionado, que o médico "amava orientar jovens médicos sobre suas carreiras" e era conhecido por "todo mundo" entre a comunidade de pediatras de neonatologia.

Pediatra prestava serviços para diferentes empresas. Ainda segundo Avilés, a vítima trabalhava para outras companhias de serviço de emergência aéreas como parte da tripulação dos voos. "Normalmente, sempre que tínhamos um caso pediátrico complexo ou de recém-nascidos, ele queria participar", contou o colega. "Ele não ligava se não fosse seu turno, sempre pedia para ir com a equipe, principalmente nos casos dos mais pequenos", concluiu ao NYT.

Sobre o acidente

Avião de resgate médico pegou fogo, caiu e explodiu em uma área residencial movimentada na Filadélfia. Seis pessoas estavam na aeronave, e todas morreram, segundo a FAA (Administração Federal de Aviação). Ao menos uma outra pessoa morreu e outras 19 ficaram feridas em solo, conforme informado por autoridades locais no sábado.

Continua após a publicidade

Aeronave acidentada é um Bombardier Learjet 55. O avião de resgate estava em chamas quando caiu, conforme imagens de câmeras de monitoramento compartilhadas nas redes sociais nos últimos dias. Um grande clarão foi visto em várias partes da cidade, segundo relatos coletados por emissoras de TV locais. O governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, disse em publicação no "X", antigo Twitter, que colocou todos os meios estaduais à disposição da cidade.

Testemunha relatou que avião acertou prédio e explodiu. "Foi simplesmente horrível. Eu estava dirigindo pela rua, indo para o Wendy's e vi um avião basicamente atingir o prédio e ele explodir. O céu se iluminou e eu parei; basicamente foi algo muito ruim por aqui", disse uma testemunha, que descreveu o incidente à ABC.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.