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Conferência sobre mudanças climáticas espera que Índia baixe as emissão de gases

08/12/2014 10h58

Depois dos Estados Unidos e da China, a Índia sinalizou que deve adotar compromisso voluntário de redução de gases do efeito estufa como contribuição para o combate ao aquecimento global. Na semana passada, durante as reuniões técnicas da 20.ª Conferência das Partes sobre Mudança Climática (COP-20), o governo indiano informou que sua carta de intenções deve ser conhecida em 26 de janeiro, durante visita do presidente americano, Barack Obama, a Nova Délí.
Embora mantida em segredo, a iniciativa alentará as negociações em Lima, no Peru, e poderá facilitar, ao longo de 2015, a conclusão do acordo que substituirá o Protocolo de Kioto, de 1997.

A discussão para valer, em Lima, começa na quarta-feira (10), quando os ministros de boa parte dos 193 países das Nações Unidas estarão no comando de suas delegações. Eles terão, em tese, poder político para superar travas e chegar a um consenso sobre o formato do acordo final, a ser concluído em Paris na COP-21, em novembro. Os compromissos numéricos de cada país podem até ser indicados em Lima. Mas só serão conhecidos a partir de março de 2015. Em princípio, espera-se que o conjunto de obrigações escritas no acordo de Paris seja suficiente para impedir a elevação da temperatura média do planeta em mais de 2ºC no final deste século.

A Índia é o terceiro maior emissor de gases do efeito estufa da atualidade, depois da China, a campeã, e dos EUA. Em 2013, foi responsável por 6,5% das emissões mundiais. A China respondeu por 27,5%, e os EUA, por 14,5%. O anúncio indiano instigou as consultas bilaterais em Lima na semana passada. Se antes os negociadores buscavam mais detalhes apenas sobre as cartas de intenções divulgadas até então por EUA e China, agora acrescentaram a Índia entre seus alvos de especulação.

Em novembro, os EUA se comprometeram a emitir de 26% a 28% menos gases do efeito estufa até 2025, com base nos dados de 2005. Em 2050, essa redução será de 80%. Mas o Congresso americano, agora de maioria republicana, tende a se opor a essa oferta. A China prometeu atingir o pico de emissões em 2030, quando começará sua curva descendente. Nesse mesmo ano, as fontes renováveis deverão responder por 20% de sua matriz energética. Nenhuma dessas ofertas parece suficientemente clara aos negociadores, nem o bastante para limitar os termômetros.

A União Europeia já havia antes feito um movimento voluntário considerado ousado: prometeu reduzir suas emissões, em 2030, para 40% do volume registrado em 1990. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.