Fungo e bactéria geram biocombustível mais próximo da gasolina que o etanol
A união em laboratório da bactéria E. coli ao fungo T. reesei gera isobutanol, um tipo de biocombustível com mais compatibilidade com a gasolina do que o tradicional etanol. A descoberta de pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, é destaque na revista da Academia de Ciências dos Estados Unidos, o periódico PNAS.
O biocombustível foi gerado ao unir uma mutação da E. coli - já usada em processos semelhantes, de transformação de plantas em açúcares - ao T. reesei. Os dois organismos foram colocados em um bioreator com folhas e hastes descartadas do milho. A ação do fungo, então auxiliada pela da bactéria, transformou o material em açúcares que alimentaram aos micróbios, com o excedente transformado em isobutanol, resultando em um processo mais eficiente do que já se havia conseguido.
Dessa forma, o grupo obteve 1,88 grama de isobutanol por litro de fluído originado no bioreator, a maior concentração já registrada em processos de geração de biocombustível à base de plantas. O pesquisadores querem, agora, ampliar a taxa de conversão energética do isobutanol.
"Estamos muito empolgados com a descoberta dessa técnica", conta Jeremy Minty, autor do estudo. "Os EUA têm potencial para produzir, de forma sustentável, 1 bilhão de toneladas de biomassa anualmente, número suficiente para produzir biocombustíveis que poderiam dispensar o país de 30% de sua produção petrolífera."
O isobutanol gerado na pesquisa provê 82% da energia gerada pela gasolina na combustão, enquanto o etanol se limita a 67%. Além disso, o isobutanol não tem tendência de absorver água, o que evita corrosões e danos ao motor característicos do etanol, e poderia substituir a gasolina - enquanto o etanol só pode ser adicionado a ela.
Por fim, ao utilizar partes descartadas do milho, o isobutanol não impacta a produção do vegetal para fins alimentícios, afastando a hipótese de alta dos preços na commodity.
A existência harmoniosa do fungo com a bactéria surpreendeu os pesquisadores e é um dos pontos altos do estudo. "É que muitas vezes uma espécie domina a cultura presente no recinto, fazendo com que a outra morra. Esse é um problema comum quando se tenta fazer um processo semelhante a esse", ressalta Minty.
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