Com 100 novos focos por hora, país tem maior número de queimadas em 5 anos
O Brasil registrou uma média exata de cem queimadas por hora no mês de setembro, o maior índice dos últimos cinco anos. Os incêndios têm causado problemas em muitas cidades em áreas da Amazônia, cerrado e caatinga. Segundo números do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), foram registrados 72.100 novos focos no mês passado -quase metade dos 148 mil registrados neste ano.
Desde setembro de 2010, quando foram registrados 85 mil focos, o país não registrava tantos casos de queimadas em um único mês. A média para os meses de setembro (que historicamente registra o maior número por conta da baixa umidade) é de 51 mil casos.
O número de incêndios deve seguir alto em outubro, já que nos quatro primeiros dias do mês já foram registrados 8.625 novos focos pelo país --média de 89 por hora.
Problemas nas cidades
Há cidades que chegaram a decretar estado de emergência pelo alto número de queimadas. É o caso de Palmas (TO), que declarou risco de desastre ambiental. A prefeitura autorizou, em julho, a contratação de 45 brigadistas para atuar no combate aos incêndios.
Em Manaus, a população já sofre há cinco dias com fumaça na área urbana por conta dos incêndios em municípios próximos. Escolas chegaram a suspender aulas por conta do problema.
Na Bahia, o mês setembro bateu recorde histórico de queimadas, com 7.956 casos. Por conta dos incêndios, o Parque da Chapada Diamantina fechou a visitação por duas vezes. Segundo o boletim desta segunda-feira (5), o município de Barra registra 71 focos ativos e lidera a lista nacional.
No Mato Grosso, Estado líder em focos de incêndios no ano, um decreto proibiu as queimadas rurais entre 15 de julho e 15 de setembro, com pena de prisão e multa para quem descumprisse.
"Homem é o culpado"
Segundo o coordenador de monitoramento por satélite das queimadas e incêndios do INPE, Alberto Setzer, o clima seco favorece a proliferação dos focos, mas o ser humano é o principal responsável pelos incêndios.
“O clima mais seco em regiões como sul da Amazônia, Nordeste, e Centro-Oeste, levou a uma seca quase que histórica. O fato de ser muito seco favorece, mas a maioria das queimadas tem origem humana, por descuido ou proposital. Dizer que o fogo teve causas naturais é 'conversa'. Seria necessário um raio, o que não é comum de ocorrer com tempo seco”, afirmou.
Segundo os dados, o país já registra 23% a mais de queimadas que na mesma época do ano de 2014. Em muitos casos, diz o coordenador, as queimadas são irregulares.
“Do ponto de vista formal, para realizar queimadas -tanto em áreas de preservação ou agrícolas-, seria necessária autorização dos órgãos públicos. Mas isso é difícil de acontecer, ou seja, há contravenção e crimes nesses casos. Nós usamos os satélites para localizar os focos, mas não respondemos pelo controle e fiscalização”, concluiu.
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