Topo

Bolsonaro diz que Brasil buscará neutralidade de carbono até 2050

22/04/2021 18h35

Brasília, 22 abr (EFE).- O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira, durante seu discurso na Cúpula de Líderes sobre o Clima, que o Brasil buscará atingir a neutralidade de carbono até 2050, antecipando em dez anos o compromisso ambiental firmado anteriormente.

"Decidi que nossa neutralidade climática fosse alcançada até 2050, antecipando em dez anos o compromisso anterior", disse Bolsonaro, na conferência virtual organizada pelos Estados Unidos sobre mudança climática com a participação de 40 líderes internacionais.

O governo já trabalhava com a data de 2050 para a neutralidade de carbono e calculava que o Brasil precisaria de aproximadamente US$ 10 bilhões para atingir essa meta, valor que, no entanto, Bolsonaro não mencionou em seu discurso.

O presidente também se comprometeu em avançar para eliminar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030, medida que também poderia reduzir os gases de efeito estufa e que já havia sido defendida pelos seus antecessores.

Em seu discurso, Bolsonaro afirmou que o país é responsável por apenas 3% das emissões de gases de efeito estufa, graças a "uma das matrizes energéticas mais limpas" do planeta, incluindo o uso generalizado do etanol."Só nos últimos 15 anos, evitamos a emissão de mais de 7,8 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera", acrescentou.

Ele também lembrou que seu governo está fazendo progressos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e 40% até 2030.

Esses compromissos, tanto na redução das emissões de gases quanto no desmatamento, exigem "medidas complexas".

"Temos que enfrentar o desafio da vida de mais de 23 milhões de brasileiros que vivem na Amazônia", acrescentou Bolsonaro, região que, segundo ele, apresenta um dos piores índices de desenvolvimento humano.

A moderação no tom do discurso de Bolsonaro, porém, vai contra as propostas defendidas nos últimos anos pelo presidente, que tem sido a favor da redução das multas ambientais, além de interromper as demarcações de terras indígenas e promover os interesses dos produtores rurais. EFE

ag/phg