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ONU e Reino Unido exigem mais dinhero de países ricos antes da COP26

20/09/2021 22h32

Nações Unidas, 20 set (EFE).- A ONU e o governo do Reino Unido exigiram nesta segunda-feira que os países ricos façam um esforço maior, principalmente econômico, no combate à crise climática, ênfase dada em uma reunião que antecede a 26ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP26), que será realiza em novembro, em Glasgow.

"Os países desenvolvidos têm de assumir a liderança", disse o secretário-Geral da ONU, António Guterres, depois de se reunir em privado com cerca de 40 líderes mundiais para avisá-los que existe "um elevado risco de fracasso" na cúpula de Glasgow.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, também apelou aos países mais ricos, sublinhando em particular a necessidade de cumprirem um compromisso de fornecer US$ 100 bilhões por ano para financiar a ação climática nos países em desenvolvimento.

Esse dinheiro, prometido no Acordo de Paris de 2015, ainda não foi concretizado, mas tanto Guterres como Johnson estão confiantes de que a marca pode ser alcançada durante a COP26.

"Ainda não chegamos lá, mas hoje houve declarações esperançosas a respeito. Portanto, esta é uma área onde espero que possamos fazer progressos sérios em Glasgow", disse o diplomata português depois de se encontrar com os líderes.

Johnson observou que nesta reunião privada foram assumidos compromissos importantes por países, como Dinamarca, Suécia e Itália, e pela União Europeia (UE), mas frisou que será fundamental ver o que farão os Estados Unidos, cujo presidente, Joe Biden, deverá abordar a crise climática em discurso na Assembleia Geral da ONU na terça-feira.

Entretanto, Guterres manifestou preocupação com a falta de progressos na adaptação à crise climática e especialmente na redução das emissões poluentes.

"Com base nos atuais compromissos dos Estados-membros, o mundo está em um caminho catastrófico para o aquecimento a 2,7 graus Celsius. A ciência nos diz que qualquer coisa acima de 1,5 grau será um desastre", advertiu.

O chefe da ONU insistiu que todos os países devem contribuir para atingir o objetivo de zero emissão líquida até 2050 e pediu para que os governos apresentem as propostas mais ambiciosas possíveis sem esperar por outras.