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Duque propõe que gastos com ação climática fiquem fora do déficit fiscal

21/09/2021 20h04

Nações Unidas, 21 set (EFE).- O presidente da Colômbia, Iván Duque, propôs nesta terça-feira, na Assembleia Geral da ONU, que todos os gastos e investimentos em "ação climática estrutural" fiquem fora do déficit fiscal, como uma ferramenta para enfrentar a crise climática após a pandemia de covid-19.

"Proponho à comunidade internacional que, por um período de tempo e com o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI), seja estabelecida uma regra com a qual todos os gastos e investimentos em ação climática estrutural possam ficar fora da linha tradicional de medição do déficit fiscal", sugeriu.

O mandatário explicou que atualmente há um "espaço fiscal limitado" resultante da pandemia e que está se tornando um obstáculo para alcançar as metas da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Duque acrescentou que estas ferramentas, assim como os "alívios e anulações" de dívida multilateral diante de metas concretas em matéria de ação climática, devem ser aplicadas "o quanto antes e sem condições".

"A abordagem de investimentos urgentes não pode ser colocada em debates políticos internos decorrentes de conflitos sobre a atribuição de recursos. A ação é agora, imediata, e não pode ser adiada. A nossa região precisa reforçar o financiamento verde, o que urge a capitalização do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do CAF - Banco de Desenvolvimento da América Latina", disse Duque.

SITUAÇÃO DA COLÔMBIA.

O presidente colombiano recordou que o seu país "representa apenas 0,6% das emissões globais de CO2, mas está entre os mais ameaçados pelos efeitos das mudanças climáticas".

"A nossa ação exige empenho, ousadia e liderança através do exemplo. Por esta razão, chegaremos a Glasgow, na COP26, com o compromisso de reduzir as nossas emissões de gases do efeito de estufa em 51% até 2030 e também de alcançar a neutralidade de carbono até 2050", destacou.

Duque também mencionou que a Colômbia está realizando uma "transição energética rápida, que já tem legislação própria" para expandir as energias renováveis não convencionais, e assim conseguir um aumento de 20 vezes na "capacidade instalada e alcançar o desmatamento zero até 2030".

Em 2020, na Colômbia, de acordo com números governamentais, foram perdidos 171.685 hectares de floresta, o equivalente a uma área maior do que a de cidades como Rio de Janeiro e Medellín.