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Príncipe Charles pede mundo "em pé de guerra" diante da crise climática

01/11/2021 15h37

Glasgow (R.Unido), 1 nov (EFE).- O príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, pediu nesta segunda-feira que o mundo fique "em pé de guerra" para enfrentar a emergência climática, na abertura oficial da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) na cidade de Glasgow, na Escócia.

Em discurso aos delegados, o príncipe disse que o aquecimento global representa "uma ameaça existencial", ainda maior do que a pandemia da covid-19.

O filho mais velho da rainha Elizabeth II, que sempre se interessou pela proteção da natureza, defendeu uma campanha de "estilo militar" para canalizar "a força do setor privado global", com "bilhões à sua disposição".

A contribuição das empresas, que movimentam mais capital do que governos, oferece "a única possibilidade real de se conseguir uma verdadeira transição econômica", afirmou.

Carlos destacou que muitos países, alguns dos quais carregam muitas dívidas, não terão condições de arcar com a inovação necessária para fomentar uma economia verde.

"A escala e o alcance da ameaça que enfrentamos exigem a criação de uma solução global baseada na transformação radical de nossa economia baseada em hidrocarbonetos em uma que seja verdadeiramente renovável e sustentável", disse ele.

O príncipe pediu aos Estados "que se unam para criar um ambiente que permita a todos os setores industriais tomar as medidas necessárias".

Charles participará hoje, juntamente com sua esposa, Camilla e os duques de Cambridge, William e Catherine, de uma recepção por ocasião da inauguração oficial da COP26, que reúne cerca de 120 líderes mundiais para tentar chegar a um acordo sobre um plano para limitar em 1,5ºC o aquecimento do planeta neste século.

Após uma cúpula entre as lideranças que será concluída amanhã e definirá a agenda política, as negociações oficiais seguem até o dia 12 de novembro.

Os objetivos da COP26 são aumentar as medidas para reduzir as emissões de carbono em 2030 para um zero líquido em 2050 e chegar a um acordo sobre um plano futuro para a meta de 1,5ºC; aumentar o financiamento para apoiar os países pobres e finalizar o quadro normativo do Acordo de Paris.

No entanto, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson já alertou que será difícil chegar a um pacto radical, depois que grandes países como China, Rússia e Índia não terem conseguido aumentar substancialmente suas metas de redução de emissões. EFE