Topo

Mercosul defende Acordo de Paris, mas pede respeito às "realidades nacionais"

18/12/2021 04h34

Brasília, 17 dez (EFE).- O Mercosul reafirmou nesta sexta-feira seu compromisso com a "plena implementação" do Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas, mas também pediu que levasse em consideração as diferentes "realidades nacionais".

Isso se reflete no comunicado conjunto de 53 pontos aprovado após a cúpula remota do Mercosul, organizada a partir do Brasil, que depois dessa reunião passou a presidência semestral do bloco ao Paraguai.

O comunicado, que aborda múltiplas questões políticas, econômicas, sociais e ambientais, inclui "a preocupação permanente com as mudanças climáticas" por parte do Mercosul, ao mesmo tempo que apela a uma ação global neste sentido.

O bloco, formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, insiste que esta ação climática global deve considerar "os princípios da equidade e das responsabilidades comuns mas diferenciadas e suas respectivas capacidades".

As preocupações ambientais são justamente o principal obstáculo que tem impedido o Mercosul de concretizar um acordo econômico e comercial abrangente com a União Europeia, assinado em 2019 após duas décadas de negociações.

Vários países europeus condicionaram a aprovação desse acordo a medidas concretas por parte do Brasil para acabar com o desmatamento ilegal da Amazônia e outras políticas que prejudicam o meio ambiente regional.

No documento, os signatários apelam aos países desenvolvidos "a cumprir a meta de mobilização anual de US$ 100 bilhões a partir de 2020" para alcançar o cumprimento global dos compromissos do Acordo de Paris.

A declaração foi aprovada pelos presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro; Argentina, Alberto Fernández; Paraguai, Mario Abdo Benítez; e Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou; além do boliviano, Luis Alberto Arce, cujo país está em processo de adesão ao Mercosul. EFE

ag/phg