BID: América Latina é lugar ideal para começar revolução da sustentabilidade
"Com riqueza natural incomparável e fontes de energia renováveis ??abundantes, temos os alicerces para inaugurar uma onda de investimentos impulsionada por um setor privado global ávido por oportunidades", destacou.
O presidente do BID fez essas declarações na abertura do fórum virtual "Uma região, um compromisso: Acelerando a revolução da sustentabilidade na América Latina e no Caribe", evento organizado pela divisão de mudanças climáticas da instituição financeira.
Ao longo de várias palestras, personalidades do setor público, privado, acadêmico e da sociedade civil falam durante este dia sobre diferentes elementos relacionados à agenda climática.
No evento, prelúdio da COP 27, que acontecerá em novembro deste ano no Egito, especialistas conversaram sobre temas como os desafios para o desenvolvimento sustentável e inclusivo na Amazônia, a perda da biodiversidade e a necessária transformação para uma economia neutra em carbono.
Claver-Carone lembrou que a mudança climática "é o maior desafio do nosso tempo" e que nos últimos meses "o caos climático" foi demonstrado na América Latina, com grandes secas no Chile, a "alarmante" perda de geleiras nos Andes e fenômenos climáticos extremos, que aumentaram 50% nos últimos 20 anos na região.
Como fez na COP 26 em Glasgow, Claver-Carone afirmou que o BID assumiu um papel de liderança para facilitar a necessária união dos setores público e privado "para tornar esta revolução uma realidade".
Em 2021, segundo destacou, foi atingido um recorde de financiamento de projetos no valor de US$ 6 bilhões para esse fim e o objetivo é atingir 40% de financiamento climático e verde até 2025, o que significaria atingir US$ 24 bilhões.
"O BID está introduzindo ferramentas de financiamento inovadoras e favoráveis ??ao mercado que estão sendo cada vez mais alavancadas pelo setor privado", observou.
"O desenvolvimento de políticas sólidas e o planejamento de uma transição justa são tão vitais quanto encontrar os fundos para realizá-la", completou Claver-Carone.
Sobre este tema também falou em um dos painéis Agostina Pechi, do banco de investimentos Goldman Sachs, que tem um departamento encarregado de mobilizar capital do setor privado para financiar projetos de transição climática.
Segundo Pechi, enquanto em 2019 começaram com US$ 71 bilhões mobilizados, em 2020 foram atingidos US$ 258 bilhões e em 2021, US$ 411 bilhões.
Pechi descreveu como "crucial" a colaboração entre o setor público, privado e organizações multilaterais para incentivar o crescimento dos projetos climáticos.
Também participou deste fórum o ministro do Meio Ambiente do Panamá, Milciades Concepción, que explicou os esforços do governo panamenho para fazer uma transição para uma economia mais voltada para a proteção do meio ambiente.
Entre outros avanços, citou a estratégia de biodiversidade para o ano 2050, apresentada em 2019, "um roteiro nacional para a conservação e uso sustentável dos recursos naturais do istmo panamenho, uma das regiões com maior variedade de ecossistemas e habitats no mundo".
Em outra das palestras do dia sobre a proteção da Amazônia, participaram membros da sociedade civil, como Wilma Mendoza, presidente da Confederação Nacional de Mulheres Indígenas da Bolívia, que enfatizou a necessidade de "garantir os direitos territoriais que na América Latina ainda estão em risco pelas políticas públicas".
"Podemos ver que existem programas assistenciais que não são realmente programas de governo que são sustentáveis ??ao longo do tempo, por isso nós, povos indígenas, queremos fazer parte do planejamento conjunto justamente para poder construir essas políticas públicas diferenciadas, que levem em conta os interesses de nossos povos de acordo com nossas próprias realidades", destacou Mendoza. EFE
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