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Minha indignação

Após 10 dias vendo os gaúchos e gaúchas enfrentando a ira da natureza, confesso que perdi a paciência com mentirosos.

Na madrugada em que se completaram dez dias do maior desastre meteorológico da história do meu estado natal, fiquei acordado respondendo diversas mensagens de preocupação. Dezenas de pessoas me enviavam em seus celulares um vídeo onde supostamente eu era linchado à noite em uma visita a um abrigo. Amigos, companheiros, familiares me perguntavam se eu estava bem, se precisava de ajuda. O vídeo é mais um episódio de uma estratégia organizada de desinformação que acontece no Rio Grande do Sul.

As imagens são de uma assembleia sindical no Ceará, onde alguém que não sou eu, é alvo de violência, porém as mensagens não apenas davam a entender que o vídeo era atual e me envolviam, como diziam que eu estava tendo a "recepção que merecia". Mentir não é novidade, a mentira não nasceu com o WhatsApp, mas é nas redes sociais que surge o fenômeno de produção de mentiras em escala industrial, com ações coordenadas e métodos para desinformar.

O pesquisador brasileiro David Nemer, que dá aula na Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, afirma que desde as eleições de 2018 ele não percebia tamanha campanha de desinformação. Aquilo que o pesquisador detecta, eu tenho sentido todo dia, são horas do dia no qual preciso me dedicar a desvelar alguma nova história que inventam para deslegitimar as ações que os cerca de 20 mil servidores públicos, entre civis e militares, que já resgataram mais de 60 mil pessoas e 6 mil animais.

É difícil de entender que em um momento de tamanha fragilidade, pessoas se escondam em suas telas produzindo conteúdos que sabem ser mentirosos para que tenham algum tipo de ganho político ou econômico. Por isso me indigno. Por isso, durante a reunião da Sala de Situação, falei que deviam prender quem tem propositalmente produzido essas mentiras de forma estratégica para desinformar as pessoas, por isso oficiei a Advocacia Geral da União e a Polícia Federal para que investiguem essas pessoas como criminosos.

Não houve e não haverá censura por parte da Secom, ou do governo do presidente Lula. A liberdade de expressão é um pilar da democracia que tanto dialogamos para manter e assim seguirá sendo. É inaceitável que mentiras industriais, que prejudicam o trabalho de resgate, restabelecimento e reconstrução do Rio Grande do Sul, como essas, sigam sem responsabilização. O que buscamos é justiça.

*Ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Opinião

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719 comentários

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Cláudio Bonfim

Lendo os comentários, vemos aqui como as pessoas estão perdendo sua humanidade. Por questões ideológicas, apoiam tudo o que vem do seu espectro político. Não querem saber se as fake news atrapalham  a vida ou ateh provocam a morte de pessoas. Estão mais preocupadas em manter seu ódio contra os que  não estão no seu espectro. Se as fake news , de alguma forma, atingem o espectro oposto, não há escrúpulos, empatia, humanidade, mesmo sabendo que essas mesmas fake news ampliam ou provocam o sofrimento e mesmo a morte de outras pessoas. Isso não eh ideologia política. Eh a ideologia da morte, da guerra, da intolerância contra os q pensam diferente. Espero que parte dessas ( as que tem mais humanidade) percebam o que está acontecendo agora nessa tragédia e repensem o apoio muitas vezes cego e irrestrito a esses que, por trás da liberdade de expressão, não tem pudores e preocupações com as consequências das fake news. Querem apenas lacrar e lucrar. 

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Marcos Ribeiro Borges

Perfeito! Um tremendo absurdo fazer em cima de uma tragédia uma conspiração para atrapalhar toda a rede de ajuda e assistência.  Somente criminosos são capazes de fazer isso, e quem os apóia, é conivente com os crimes, portanto, PROCESSO E CADEIA neles!

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Enilce Pilatti Nicolau

Já tiramos o cavalo do telhado, agora iremos tirar o jumentho da presidência. 

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