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Manobras, impeachment, renúncia: a trajetória de Eduardo Cunha em 17 memes

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Do UOL, em São Paulo

12/09/2016 00h01

Poucas figuras da política brasileira nos anos recentes conseguiram gerar tanta controvérsia quanto ele. Eduardo Cunha (PMDB-RJ) chegou a ser apelidado de "Meu Malvado Favorito" por opositores e até por apoiadores, e agora enfrenta o plenário da Câmara, que vota sua cassação nesta segunda-feira (12). Suas constantes manobras regimentais na Câmara para evitar sua cassação ou para aprovar projetos de seu interesse fizeram a alegria das redes sociais, que foram inundadas por centenas de milhares de postagens ora furiosas, ora satíricas.

A prática de criticar e debochar de governantes por meio do riso é tão antiga quanto a sociedade e a existência do Estado, afirma Roberto Romano, professor aposentado de ética e filosofia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). É nessa antiga tradição, portanto, que se inserem os satíricos memes, as paródias difundidas pela população via redes sociais, como o Twitter e o Facebook.

Relembre tiradas curiosas dos internautas sobre o deputado afastado.

Cunha: um compartilhado (e odiado) político

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    A disputa Cunha x Dilma

    A disputa entre o então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e a então presidente da República, Dilma Rousseff (PT), ganhou contornos de uma disputa de vida e de morte, a exemplo dos jogos de videogame. O anúncio da ruptura de Cunha com o governo aconteceu no dia 17 de julho de 2015. "Estou oficialmente rompido com o governo a partir de hoje", declarou.

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    Manobrando o regimento

    "Perdi a votação? Vamos votar de novo, até eu ganhar." A presidência de Eduardo Cunha na Câmara dos Deputados, entre fevereiro de 2015 e julho de 2016, se caracterizou por manobras regimentais, segundo adversários. Uma delas foi aproveitar brechas para votar de novo temas que eventualmente tivesse perdido no voto. Foi assim, por exemplo, em julho de 2015, com a votação da redução da maioridade penal, rejeitada num dia, novamente colocada em votação no dia seguinte e aprovada finalmente.

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    A casa de Cunha

    O modo controverso de Eduardo Cunha agir e gerir a Câmara dos Deputados fez nascer a comparação com o seriado norte-americano "House of Cards", exibido no serviço Netflix. No seriado, o congressista Francis Underwood (interpretado por Kevin Spacey) faz de tudo para tirar os inimigos do caminho e se vingar de quem o traiu, auxiliado por sua mulher.

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    V de vingança

    "Não posso mais chantagear, autorizo o golpe." A tese de que o impeachment nasceu de uma vingança pessoal de Eduardo Cunha foi a defendida por Dilma Rousseff (PT) e seus defensores ao longo de todo o processo. Para eles, a suposta vingança de Cunha constituía um "vício original" do impeachment.

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    Feito colegiais

    O vídeo de duas adolescentes de Minas Gerais brigando na rua virou sensação na internet, em novembro de 2015. "Já acabou, Jéssica?", pergunta Lara, altiva, após ser agredida por Jéssica. Mote pronto para a briga entre Dilma e Cunha.

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    Indiciado

    No dia 2 de março deste ano, o STF (Supremo Tribunal Federal) entendeu haver indícios suficientes para transformar Eduardo Cunha em réu na Operação Lava Jato pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Fato para manifestações de alegria e bom humor na internet.

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    Dança do réu

    "Dança do Réu Velocidade 5. Rééééu, réééu, réu, réu, réu." Eduardo Cunha virou réu pela segunda vez no dia 22 de junho deste ano, quando o STF aceitou nova denúncia contra ele na Operação Lava Jato. O caso aqui é o das contas secretas na Suíça, supostamente abastecidas com dinheiro desviado de contratos da Petrobras. Na "Dança do Créu", ou "Dança do réu", já se estava na segunda velocidade. É Cunha em ritmo de funk.

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    Tchau, tchau

    Quem cai primeiro? O "tchau, querida" nasceu no grampo telefônico da Polícia Federal de uma conversa entre Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 16 de março deste ano. Foi o diálogo em que Dilma pedia que Lula esperasse onde estava, porque um emissário do Planalto logo levaria para ele o termo de posse como ministro-chefe da Casa Civil. Lula encerra o telefonema com o "tchau, querida". A expressão ganhou o mundo da política, caindo na boca do povo também.

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    A vingadora

    O voto da deputada Tia Eron (PRB-BA) a favor do relatório que pedia a cassação de Eduardo Cunha, no Conselho de Ética da Câmara, foi decisivo para o resultado final de 11 votos a 9, no dia 14 de junho deste ano. A "vingadora" Tia Eron vinha supostamente sendo pressionada a votar para salvar Cunha e até aquele dia não havia se manifestado sobre seu voto.

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    Renúncia

    No dia 7 de julho deste ano, Eduardo Cunha decidiu, finalmente, renunciar ao cargo de presidente da Câmara dos Deputados, do qual já se encontrava afastado por decisão do STF. Ele leu uma carta e durante a leitura chorou. Disse ser vítima de "perseguição e vingança". Sua renúncia foi o assunto mais comentado e compartilhado daquele dia nas redes sociais.

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    Emoção

    Lágrimas de crocodilo? População reage às lágrimas de Cunha ao anunciar sua renúncia à presidência da Câmara dos Deputados, em 7 de julho. "Usam a minha família de forma cruel e desumana visando me atingir", acusou.

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    And the Oscar goes to...

    Prêmio de melhor atuação da política brasileira? População ironiza fala emocionada de Cunha ao renunciar à presidência da Câmara dos Deputados. "Acima de tudo, espero que este meu ato ajude a restaurar o nosso país após o processo de impeachment", declarou.

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    Bons companheiros

    A suposta ação para salvar o mandato de Cunha incluiria adiar, sempre que possível, a data da votação da cassação pelo plenário da Câmara. Suspeitas de uma operação para proteger Cunha recaíram sobre seus aliados e sobretudo sobre o então presidente interino, Michel Temer (PMDB).

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    Salci fufu

    Qual a semelhança entre Cunha e Sérgio Mallandro? A população vê a esperteza em jogo, para não entregar os aliados. O que Cunha sabe? Foi oferecido algo a ele para não falar? O povo sempre salci fufu? Glu-glu, ié-ié!

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    É o Suplicy!

    No dia 25 de julho último, o ex-senador e candidato a vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) foi detido pela Polícia Militar de São Paulo ao tentar evitar reintegração de posse na capital paulista. A cena de Suplicy sendo carregado por PMs gerou comoção. E lançou a pergunta: o Eduardo preso não deveria ser o Eduardo Cunha?

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    Espírito olímpico

    A Rio-2016, primeira Olimpíada realizada na América do Sul, lançou uma nova modalidade esportiva, segundo internautas. Michel Temer e Eduardo Cunha seriam medalhistas?

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    Gotcha!

    A febre do Pokémon Go, jogo de realidade aumentada lançado mundialmente pela Nintendo (o jogo chegou ao Brasil em agosto último), não poupa os políticos. Vontade de caçar e cassar alguns monstrões de Brasília.