No Congresso, ao menos 9 ex-ministros de Lula e Dilma são pró-impeachment
Dos 31 senadores e deputados da atual legislatura que já comandaram ministérios nos governos Lula e Dilma Rousseff, pelo menos nove votarão a favor do impeachment. São políticos que foram se afastando dos governos petistas ao longo do tempo. Outros quatro ainda não anunciaram seus votos.
A maior parte dos congressistas que chefiaram uma pasta entre 2003 e 2016 seguem fiéis ao governo. Ao todo, 18 vão votar contra a saída da presidente Dilma Rousseff. A maioria é do PT, mas a lista também conta com deputados do PCdoB (Orlando Silva) e do Pros (George Hilton).
Estão na conta também os oito ministros em exercício que têm a oportunidade, inclusive, de se licenciar do cargo para somar força aos que defendem Dilma no parlamento. São cinco do PMDB, um do PTB, um do PT e um do PDT.
Veja a relação de ex-ministros de Lula e Dilma que são favoráveis ao impeachment e os que não se decidiram sobre o assunto.
A favor do impeachment
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Aguinaldo Ribeiro (deputado federal, PP-PB)
Ministro das Cidades de Dilma entre 2012 e 2014, Aguinaldo Ribeiro foi mais uma baixa do governo entre seus ex-comandantes de pasta. Durante o processo, o líder do PP na Câmara tentou convencer a bancada a apoiar o governo --Ribeiro, inclusive, foi um dos dois pepistas na comissão especial do impeachment que votou contra o parecer que pediu a abertura do processo, na segunda-feira (11). No dia seguinte, porém, aderiu à maioria do partido, que decidiu abandonar o governo. "A bancada sai hoje unida. O partido e sua maioria ampla deliberou pelo encaminhamento no plenário do voto 'sim' no processo", afirmou Ribeiro. Leia mais
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Miro Teixeira (deputado federal, Rede-RJ)
Teixeira esteve na Esplanada em 2003, comandando o Ministério das Comunicações no primeiro ano do governo Lula. Na época filiado ao PDT, deixou a pasta quando o PMDB entrou para a base do governo, no começo de 2004. Ele também foi filiado ao PT por um breve período em 2005, mas, hoje no partido de Marina Silva, se diz a favor do impeachment. Segundo ele, o áudio entre Dilma e Lula sobre o termo de posse do ex-presidente na Casa Civil, divulgado por Sérgio Moro, revelou que a presidente tentou obstruir a Justiça.
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Edinho Araújo (deputado federal, PMDB-SP)
Ministro-chefe da Secretaria Nacional dos Portos de Dilma Rousseff por dez meses, até ser demitido em outubro do ano passado, Araújo, próximo a Michel Temer, anunciou apoio ao impeachment em março. "Não podemos mais suportar a convivência com a inflação alta, corrupção e desemprego", disse. Leia mais
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Cristovam Buarque (senador, PPS-DF)
O ex-governador do Distrito Federal comandou o Ministério da Educação no primeiro ano da Presidência de Lula quando também era integrante do PT. Demitido por telefone no começo de 2004, Cristovam se afastou do partido e, no ano seguinte, entrou no PDT. O apoio dos pedetistas ao governo Dilma fez com que o senador rumasse para o PPS há dois meses. Crítico das gestões de Lula e Dilma, Cristovam concedeu entrevistas falando sobre o processo de impeachment, mas só se posicionou definitivamente na quarta-feira (13). "O impeachment é o resultado de uma grande insatisfação da nação e com dois agravantes: a corrupção mostrada pela Lava-Jato e a manifestação do TCU [Tribunal de Contas da União] de que houve crime de responsabilidade, o qual a Constituição permite a abertura de cassação", disse Cristovam, se colocando favorável a uma eventual abertura de processo no Senado.
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Marta Suplicy (senadora, PMDB-SP)
Integrante histórica do PT, que ajudou a fundar há mais de 30 anos, a ex-prefeita de São Paulo deixou o partido no ano passado e rumou para o PMDB, levando consigo o cargo de senadora para o qual foi eleita em 2010, quando era aliada de Lula e Dilma. Foi ministra do Turismo entre 2007 e 2008 e da Cultura entre 2012 e 2014, mas rompeu com o partido e se declarou favorável ao impeachment. "Ela [Dilma] fez um decreto de mudança no orçamento e usou o recurso sem passar pelo Congresso. Isso é crime. Juridicamente você já tem um impeachment aí", disse Marta à rádio Jovem Pan. Leia mais
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Romero Jucá (senador, PMDB-RR)
Jucá foi ministro da Previdência entre março e julho de 2005 e seguiu como líder do governo no Senado, primeiro de Lula e depois de Dilma. Ele declarou voto em Aécio Neves (PSDB) nas eleições de 2014 e, aos poucos, se tornou um dos principais nomes do PMDB em favor do impeachment, principalmente depois de assumir a presidência do partido no lugar do licenciado Temer, seu aliado. Ele também articulou com aliados a distribuição de cargos em um eventual governo Temer. Leia mais
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Marcelo Crivella (senador, PRB-RJ)
Ministro da Pesca e Aquicultura no primeiro governo Dilma, entre 2012 e 2014, Crivella constava como "indeciso" até o início desta semana e chegou a dar declarações contrárias ao impeachment em agosto do ano passado, quando o processo ainda não havia sido autorizado na Câmara. O senador, no entanto, aderiu ao impeachment junto com a bancada do PRB no Congresso na última terça-feira (12). Leia mais
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Garibaldi Alves Filho (senador, PMDB-RN)
O ex-governador do Rio Grande do Norte foi ministro da Previdência Nacional durante todo o primeiro mandato de Dilma Rousseff (2011-2015). Primo de outro dissidente do governo, o ex-ministro e ex-deputado Henrique Eduardo Alves, Garibaldi se distanciou do governo após a reeleição de Dilma e anunciou apoio ao impeachment caso o processo chegue ao Senado. "Não vejo hoje, no momento vivido pelo governo, condições de enfrentar essa crise, que vem numa escalada galopante", disse o senador.
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Fernando Bezerra Coelho (senador, PSB-PE)
Ministro da Integração Nacional do Brasil na cota do PSB entre 2011 e 2013, Bezerra Coelho deixou o cargo quando seu partido rompeu com o governo Dilma para lançar a candidatura presidencial de Eduardo Campos, seu padrinho político. No ano seguinte, foi eleito para o Senado. Investigado na Operação Lava Jato por suposto recebimento de propina quando era secretário de Campos no governo pernambucano, Bezerra Coelho se disse favorável ao impeachment, após decisão da Executiva Nacional do partido. Leia mais
Incógnitas
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Eunício Oliveira (senador, PMDB-CE)
Eunício ingressou no Ministério das Comunicações em 2004, no lugar de Miro Teixeira, quando o PMDB passou a integrar a base do governo Lula, ficando por um ano e meio no cargo. Então aliado do governo, o senador entrou em atrito com o PT em 2014, quando não recebeu apoio do partido nas eleições para o governo do Ceará. O petista Camilo Santana foi escolhido pelo partido da presidente e também pelos irmãos e ex-governadores Cid e Ciro Gomes (Pros), enquanto Eunício compôs chapa com o tucano Tasso Jereissati, candidato ao Senado. O peemedebista perdeu no segundo turno e reclamou da atitude do PT durante a campanha. Líder do PMDB na Casa, Eunício, via assessoria, disse que só se posicionará sobre o impeachment após a votação na Câmara. Leia mais
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Edison Lobão (senador, PMDB-MA)
Também investigado na Operação Lava Jato por suposto recebimento de propina, o ex-governador do Maranhão foi ministro de Minas e Energia de Lula e Dilma, entre 2008 e 2015, cedendo seu cargo para Eduardo Braga em meio às denúncias de corrupção na Petrobras. Segundo sua assessoria, Lobão votará de acordo com a bancada do PMDB no Senado, se o processo chegar à Casa. Leia mais
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Alfredo Nascimento (deputado federal, PR-AM)
Nascimento foi duas vezes ministro dos Transportes de Lula, entre 2004 e 2010, e também comandou a pasta no início de Dilma, quando caiu por suspeita de irregularidades. Citado na delação premiada de Delcídio do Amaral (sem partido-MS), que o acusou de distribuir propinas quando era ministro, o presidente nacional do PR só manifestará sua posição sobre o impeachment na votação em plenário, segundo sua assessoria. Leia mais
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Saraiva Felipe (deputado federal, PMDB-MG)
Ministro da Saúde da cota do PMDB no primeiro mandato de Lula, entre 2005 e 2006, o deputado mineiro se mantém discreto e não revelou qual será seu voto na Câmara.
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