Topo

Governador do Amapá volta ao cargo e diz não ter sido ouvido em Brasília

Especial para o UOL Notícias

Em Macapá (AP)

21/09/2010 11h52

O governador do Amapá Pedro Paulo Dias (PP), que retornou ontem a Macapá após passar nove dias preso na Polícia Federal em Brasília, fez um pronunciamento nesta terça-feira (21) ao povo amapaense através da rádio oficial do governo.

No pronunciamento, Dias disse que é inocente e que, embora tenha passado nove dias preso pela PF, nem foi ouvido. Disse também que não há nenhuma comprovação de que tenha praticado qualquer crime ou irregularidade. “Fiquei lá em isolamento forçado, sem o direito de conhecer o processo e de me defender, então voltei para o meu Estado sem ser ouvido.”

Ele disse ainda que o que passou não deseja pra ninguém. Contou que foi acordado com um mandado de prisão, teve sua casa vasculhada diante dos filhos e sua vida devassada. E perguntou: “A quem interessa minha derrocada, minha desqualificação e minha desmoralização?”

Enquanto Dias fazia o pronunciamento, do lado de fora do Palácio do Governo, cerca de cinquenta pessoas faziam uma manifestação chamando-o de “ladrão” e “bandido”.

Pedro Paulo Dias voltou a despachar hoje. O governo do Estado estava sendo ocupado interinamente pelo presidente do TJ-AP, desembargador Dôglas Evangelista Ramos.

Esquema de desvio
Investigações da Operação Mãos Limpas da Polícia Federal apontaram indícios de desvio de recursos repassados à Secretaria de Educação do Estado por meio do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef).

Também foram identificados desvios de recursos no Tribunal de Contas do Amapá, na Assembleia Legislativa, na Prefeitura de Macapá, nas secretarias de Justiça e Segurança Pública, de Saúde, de Inclusão e Mobilização Social, de Desporto e Lazer e no Instituto de Administração Penitenciária.

Continuam detidos em Brasília o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Júlio de Miranda, e o secretário da Segurança Pública e delegado da Polícia Federal, Aldo Ferreira. Segundo a PF, eles estavam ameaçando testemunhas.