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"Eleição de Quércia para o Senado, em 74, foi marco para democracia", diz Lula; veja repercussão

Do UOL Notícias

Em São Paulo

24/12/2010 11h32Atualizada em 24/12/2010 15h22

A morte do ex-governador de São Paulo Orestes Quércia, nesta sexta-feira (24), aos 72 anos, já começou a suscitar as primeiras manifestações de políticos do Estado ou de outras unidades da federação, em notas à imprensa ou em postagens no Twitter.

Quércia estava internado para tratar um câncer de próstata - recidiva de um tumor que ele já combateu há mais de dez anos. A informação da morte foi confirmada pelo hospital Sírio Libanês, onde ele estava internado.

Luiz Inácio Lula da Silva
Em nota de pesar publicada no site da Presidência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou o peemedebista.

“Recebo a notícia da morte do ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, com pesar. Nem sempre estivemos do mesmo lado na política, mas Quércia sempre foi da ala dos desenvolvimentistas, que pensam o país para além de seu tempo. Sua eleição para o Senado em 1974 foi um marco na luta pelo restabelecimento da democracia. Nesse momento triste, presto minha solidariedade a sua família, seus amigos e correligionários.”

Dilma Rousseff
A presidente eleita Dilma Rousseff divulgou, por meio de sua assessoria de imprensa, nota de pesar dizendo que Quércia foi "um lutador".

“É com pesar que recebo a notícia da morte de Orestes Quércia. São Paulo e o Brasil vão se lembrar dele como um expoente da resistência democrática, um governador de muitas realizações e um defensor do desenvolvimento do país. Em todas as circunstâncias, foi um lutador."

Michel Temer
Também por nota, o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, lamentou o falecimento do companheiro de partido e mandou uma mensagem à família do ex-governador.

“O PMDB, por seu presidente, lamenta o falecimento de um dos maiores líderes do Partido, o ex-governador Orestes Quércia. Sua vida pública sempre foi pautada pela defesa dos interesses nacionais. Teve desempenho brilhante no exercício de seu mandato de senador e um marcante trabalho executivo como governador de São Paulo.

Fará falta ao Estado de São Paulo e ao Brasil.

A dona Alaíde e a seus filhos, nossas condolências, mas também a certeza de que sua memória estará presente junto aos peemedebistas de todo País.”

Nelson Jobim
Filiado ao PMDB, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, também destacou a eleição de Quércia para o Senado, em 1974, em nota.

"O desaparecimento de Orestes Quércia significa para o meu partido, o PMDB, e para o Brasil, a perda de um  símbolo da luta pela retomada democrática. Sua eleição como senador paulista em 1974  foi um marco no processo de retomada da democracia. Mesmo com sua saúde fragilizada, Quércia  nunca esmoreceu na luta para tornar o PMDB um partido forte e influente na construção de um Brasil mais justo."

Gilberto Kassab
Em uma nota de três linhas enviada à imprensa, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), destacou a “atuação marcante” do ex-governador Quércia na política nacional.

"Orestes Quércia teve atuação marcante na política nacional. Como vereador, prefeito, deputado estadual, senador, governador e dirigente partidário, carregou as bandeiras do municipalismo e do desenvolvimento. Desejo paz para sua família neste momento difícil."

No Twitter, Cesar Maia e Requião
As manifestações começaram também no Twitter. Na página do ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (DEM), por exemplo, há duas postagens: a que menciona a morte do ex-governador e uma última. “Sim, há pelo menos uma dívida política com Quércia. Foi ele o idealizador e organizador do municipalismo no Brasil.”

Outro adepto do Twitter, o ex-governador do Paraná e senador eleito pelo PMDB, Roberto Requião, também registrou a morte do colega. “Meus pêsames à família de Quércia e à família pemedebista de São Paulo.”

Velório e enterro

O corpo do ex-governador é velado no Palácio dos Bandeirantes --sede do governo paulista-- na tarde desta sexta-feira.

O enterro de Quércia será neste sábado (25), às 9h, no cemitério do Morumbi, também em São Paulo

Biografia

Ex-radialista, Quércia já foi vereador e prefeito de Campinas, senador, deputado estadual, vice-governador e governador de São Paulo de 1987 a 1991. Ele foi um dos fundadores do PMDB e, em março de 1991, assumiu a presidência nacional do partido, substituindo Ulysses Guimarães.

Desde que saiu do governo, Quércia não venceu nenhuma eleição. Disputou a corrida presidencial em 1994, o governo estadual em 1998 e 2006 e o Senado em 2002.

Eleições 2010

Devido à doença, Quércia desistiu de concorrer ao Senado em 2010. Assim ele beneficiou Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), tucano que começou mal nas pesquisas e acabou sendo eleito para a primeira vaga paulista --a segunda ficou com Marta Suplicy (PT).

Com o peemedebista fora da disputa, Aloysio viu seu espaço na TV crescer para 5min29s --disparado o maior entre os candidatos.

Em nota divulgada à imprensa, logo após a desistência, Quércia pediu votos ao tucano. Sua filha Andreia apareceu diversas vezes no horário eleitoral para declarar apoio da família ao aliado.

Em pesquisa Datafolha do começo de setembro, Quércia tinha 26% nas intenções de voto para o Senado, tecnicamente empatado no segundo lugar com Netinho (PC do B).

Aloysio, na ocasião, estava em quinto lugar, com 12%.