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Bolsonaro nega racismo e homofobia em defesa encaminhada à Corregedoria da Câmara

Camila Campanerut<BR>Do UOL Notícias <BR>Em Brasília

13/04/2011 17h15

O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) entregou à Corregedoria da Câmara dos Deputados, na tarde desta quarta-feira (13), um documento com as explicações das acusações que recebeu após declarações consideradas racistas e homofóbicas feitas ao programa de televisão “CQC”.

“São dois itens: racismo e homofobia. A questão do racismo acho que sepultei desde o primeiro dia. Fica na cara que minha resposta não bate com a pergunta (...). E o que é homofobia? É se eu tivesse perseguindo homossexuais, dando pancada, falando pro pessoal da [avenida] Paulista bater”, argumentou Bolsonaro.

Na ocasião, a cantora Preta Gil perguntou ao deputado qual seria a reação dele se seu filho se apaixonasse por uma negra. Bolsonaro respondeu: "Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados. E não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu".

REVEJA O VÍDEO DO "CQC"

O parlamentar disse estar “tranquilo” com a expectativa do resultado do processo e afirmou que continua a defender a postura de bater em um filho pequeno para mudar o comportamento dele caso apresente tendências homossexuais. 

“Pode me chamar de quadrado, mas eu teria vergonha de ser omisso com a educação de um filho meu se ele se transformasse em um gay no futuro. É a minha opinião”, afirmou.

A partir de hoje, o corregedor da Câmara, Eduardo da Fonte (PP-PE), tem o prazo de 45 dias úteis para formular um parecer sobre o assunto. No entanto, tal período pode ser prorrogado por mais 45 dias.

Entre as orientações dadas pelo corregedor à Mesa Diretora da Câmara, estão a censura verbal ou escrita ou o encaminhamento de um pedido para o Conselho de Ética da Casa, que avaliaria se aceita ou não a indicação de quebra de decoro. Se aprovada, a medida pode resultar em perda de mandato.