MP pede que Cabral explique favores que recebeu de empresários em viagem à Bahia
O governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB), foi solicitado pelo Ministério Público do Estado (MPE) a prestar esclarecimentos sobre sua relação com os empresários Fernando Cavendish e Eike Batista.
O pedido formal de informações foi feito na segunda-feira (27), por ofício ao gabinete do político. Segundo o MPE, um procedimento preparatório foi instaurado no dia 20 de junho para "apurar as informações veiculadas pela imprensa após o acidente ocorrido em Porto Seguro, na Bahia".
Após a queda de um helicóptero que transportava conhecidos de Cabral no dia 17 em Trancoso, na Bahia, tornou-se público que o governador havia usado um avião emprestado de Batista para ir ao aniversário de Cavendish no litoral baiano. No episódio, morreram sete pessoas, entre elas, a namorada do filho do político.
Dono da empreiteira Delta Construções S/A, Cavendish recebeu R$ 992,4 milhões em contratos com o governo do Rio durante o primeiro mandato de Cabral (2007-2010).
Em comparação com os valores pagos durante a gestão de Rosinha Garotinho, antecessora de Cabral, a evolução do faturamento da empresa de Cavendish em contratos com o Estado do Rio cresceu 149%, segundo dados do Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios (Siafem).
Já Batista, como noticiou a imprensa, goza de incentivos fiscais do governo. Na ocasião, Batista emitiu uma nota oficial confirmando o favor. "Tive satisfação em ter colocado meu avião à disposição do governador. Não tenho qualquer espécie de contrato de prestação de serviços com o governo e nem recebo pagamentos do Estado. Sou livre para selecionar minhas amizades, contribuir para campanhas políticas, trazer as Olimpíadas para o Rio, apoiar a implantação das UPPs e auxiliar a realização de diversos projetos sociais e culturais do Estado", disse.
Procurado, o gabinete do governador não se pronunciou sobre o pedido do MPE.
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