Dilma lamenta saída de Rossi e deixa secretário-executivo como interino
Em nota, a presidente Dilma Rousseff lamentou “profundamente” a saída do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, após uma série de denúncias de má gestão e de corrupção na pasta. Interinamente, o secretário-executivo José Gerardo Fontelles assumirá o cargo até que o PMDB indique o sucessor.
“Lamento profundamente a saída do ministro Wagner Rossi, que deu importante contribuição ao governo com projetos de qualidade que fortaleceram a agropecuária brasileira”, afirmou Dilma, segundo a nota. “Lamento ainda que o ministro não tenha contado com o princípio de presunção da inocência diante de denúncias contra ele desferidas.”
Veja o perfil de Rossi e o histórico de denúncias envolvendo o ministério
Aos 68 anos de idade, ele ocupava o cargo desde abril do ano passado, ainda no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sob influência de Temer, Dilma Rousseff o manteve no posto depois de assumir o Palácio do Planalto.
Antes mesmo das denúncias, o peemedebista estava entre um dos ministros com menor aprovação pela mandatária.
A Polícia Federal informou nesta quarta-feira que estava investigando as denúncias de irregularidades na pasta, publicadas pela imprensa.
A mais recente delas, do jornal “Correio Braziliense”, acusou Rossi de viajar em jatos de uma empresa que tem contratos com o governo. O Código de Ética Pública veda essa possibilidade. O agora ex-ministro admitiu a prática “por umas três, quatro vezes”.
Além disso, a revista “Veja” denunciou a ação livre de um lobista de empresas agropecuárias junto ao peemedebista, gerando suspeitas sobre processos licitatórios da pasta. Isso causou a saída de seu número dois, o secretário-executivo Milton Ortolan.
Rossi também foi envolvido nas denúncias na Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Uma empresa teria conseguido uma suspeita restituição de quase R$ 100 milhões por conta de um imposto ligado à compra de leite em pó.
Em depoimentos a parlamentares, o então ministro chamou as informações de “denuncismo”. Rossi, entretanto, foi poupado de questionamentos mais duros, em grande parte por conta da base aliada do governo Dilma.
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