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Dilma lança pacto ao lado de Alckmin para tirar 2,7 milhões de pessoas da miséria no Sudeste

Maurício Savarese<BR>Do UOL Notícias<BR>Em Brasília

18/08/2011 07h02

Em um sinal de arrefecimento com a oposição, em meio às ameaças de criação de uma CPI da Corrupção no Congresso, a presidente Dilma Rousseff vai à sede do governo paulista nesta quinta-feira (18) para lançar um pacto de combate à miséria no Sudeste.

Ao seu lado ela terá o governador tucano Geraldo Alckmin, potencial candidato à Presidência em 2014, ano em que Dilma pode tentar a reeleição. No foco, estarão políticas para tirar da pobreza extrema –com renda per capita de R$ 70 ao mês– 2,7 milhões de pessoas da região.

A principal medida já antecipada por aliados de Dilma e de Alckmin é a criação do cartão único para resgate dos benefícios pagos pelos governo federal e estadual. No Estado de São Paulo, há um milhão de pessoas em situação de pobreza extrema.

No total, o Brasil Sem Miséria, principal iniciativa social da presidente, visa acabar com o problema de mais de 16,2 milhões de pessoas até 2014. O governador disse no início da semana que também tem esse como “item número um” de sua agenda.

O governo federal diz que investirá R$ 20 bilhões por ano apenas no programa, que agrega transferência de renda, acesso a serviços públicos e inclusão na cadeia de produção. Ele serve como complemento ao Bolsa Família, por ter busca ativa por potenciais beneficiários.

Nas eleições presidenciais, Dilma teve no Sudeste uma vitória apertada sobre seu rival José Serra (PSDB) no segundo turno. Foram 22,5 milhões de votos para a petista e 20,9 para o tucano. No Nordeste, foco do Brasil Sem Miséria, ela teve 18,4 milhões de votos contra 7,6 milhões do rival.

Regional

Para reforçar a iniciativa, a presidente pediu ao Congresso a inclusão de crédito adicional de R$ 1,2 bilhão no orçamento deste ano para ampliar o Bolsa Família e contratar equipes para buscar os que precisam de ajuda. A maior parte disso deve ser gasta no Nordeste, onde estão 59% dos necessitados, ou 9,6 milhões do total.

Pouco mais de 17% dos moradores do Sudeste vivem em condições de miséria. Desses, 79% estão nas cidades e 21% estão em áreas rurais. Em São Paulo, os mais pobres se dividem principalmente em duas regiões: na capital e em sua região metropolitana e mais ao sul, no Vale do Ribeira, perto do Paraná.

Além de São Paulo, o programa tentará acabar com a miséria em Minas Gerais (900 mil potenciais beneficiados), Rio de Janeiro (586 mil) e Espírito Santo (145 mil). Os governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), são aliados da presidente. O mineiro Antonio Anastasia (PSDB) é um oposicionista moderado.