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Para pressionar Congresso, deputados criam Frente Parlamentar em Defesa do Voto Aberto

Camila Campanerut

Do UOL Notícias <br> Em Brasília

20/09/2011 15h57

Cerca de 200 deputados de vários partidos se reúnem nesta terça-feira (20) para lançar a Frente Parlamentar em Defesa do Voto Aberto, marcada para esta tarde na Câmara dos Deputados. O ato tem como estopim a absolvição da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), liberada da cassação por 265 deputados contra 166 que eram favoráveis a perda de mandato da parlamentar. A votação em plenário foi secreta.
 
A parlamentar respondia por quebra de decoro parlamentar por ter recebido dinheiro de “caixa 2” para sua campanha em 2006, quando se candidatou à deputada distrital. A ação foi gravada em vídeo e anunciado pelo mesmo delator do escândalo do governo do Distrito Federal, que levou à prisão o ex-governador do DF, José Roberto Arruda (ex-DEM, atual sem partido), no caso que ficou conhecido como “mensalão do DEM”, de pagamento de propina em troca de apoio ao ex-governador.   
 
“Tínhamos que focar, criar uma bandeira como foi com a [lei da] ficha limpa. A criação da frente é a expressão da indignação popular dentro do Parlamento com o desgaste dos parlamentares com a última votação secreta que liberou Jaqueline Roriz”, argumentou um dos idealizadores da Frente, o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP).
 
Segundo Valente, a ideia da frente é retomar a votação da PEC 349/2001, que já foi votada em primeiro turno em setembro de 2006 e ficou “esquecida” na Casa. “O projeto já está na ordem do dia, só falta o presidente [Marco Maia (PT-RS)] colocar em votação”, acrescentou o deputado.
 
Na próxima semana, haverá uma reunião da Frente para definir o cronograma de trabalho e sua composição. Os líderes partidários como Duarte Nogueira (PSDB), ACM Neto (DEM), Rubens Bueno (PPS), Lincoln Portela (PR) e o próprio presidente da Casa, Marco Maia, já anunciaram o apoio à iniciativa.