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No Congresso, Cesare Battisti agradece apoio de parlamentares

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

07/02/2012 15h44

Em uma rápida visita ao Congresso Nacional, o ativista italiano Cesare Battisti agradeceu a ajuda de parlamentares brasileiros no apoio a sua libertação em junho do ano passado.

Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália assassinatos cometidos na década de 1970. Ele nega as acusações e diz sofrer perseguição política.

Em 2010, o Supremo Tribunal Federal decidiu que caberia ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a palavra final. No último dia de governo, Lula decidiu pela não extradição.

Na visita de hoje, Battisti estava acompanhado do ex-senador pelo PSOL José Nery (PA), que o encaminhou a Comissão de Direitos Humanos da Câmara e, depois, ao gabinete do único senador do PSOL, Randolfe Rodrigues (AP).

Caminhando rápido e sem querer falar com a imprensa, Battisti disse apenas que “desconhece” a ação civil pública que pede a deportação dele, feita pelo procurador federal Hélio Heringer, do Ministério Público Federal em Brasília.

Na ação, Heringer argumenta que o ato de concessão do visto ao italiano contrariou o que o Estatuto do Estrangeiro, lei de 1980, que proíbe a concessão de visto a estrangeiro condenado ou processado em outro país por crime doloso.

O advogado dele, o ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh foi procurado pelo UOL, mas ainda não respondeu aos contatos da reportagem.

“Ele está evitando de falar com a imprensa. Ele está pedindo e evitando que haja manifestações contra e pró a ele”, justificou o Nery o silêncio de Battisti.

De acordo com o MPF-DF, a ação ainda está no processo inicial em que as partes são ouvidas. O último despacho, datado de 27 de janeiro, destaca que a AGU (Advocacia Geral da União) deve se manifestar dentro de 60 dias.

Livro

Battisti irá lançar seu livro, "Ao pé do muro", na capital federal, em maio. “É uma obra de ficção que fala de prisão, liberdade e de sonhos. Vai sair, ao que parece, em 10 e 12 de abril. Estamos planejando fazer o lançamento aqui [em Brasília] em maio”, disse timidamente o italiano.  

Battisti esteve preso em Brasília entre março de 2007 e junho de 2011. O ex-ativista foi detido no Rio de Janeiro em março de 2007, durante uma operação conjunta realizada por agentes de Brasil, França e Itália.