À CPI, dono de faculdade diz ter pago casa com cédulas e nega ser intermediário de Perillo
O empresário Walter Paulo Santiago, dono da Faculdade Padrão, negou nesta terça-feira (5) à CPI do bicheiro Carlinhos Cachoeira que tenha sido intermediário do governador Marconi Perillo (PSDB) na venda de uma casa onde o contraventor foi preso. Investigações da Polícia Federal apontam que o imóvel foi adquirido por R$ 1,4 milhão com três cheques de um sobrinho do pivô do escândalo.
Jornalista diz que recebeu R$ 40 mil do governador de Goiás
Conhecido como professor Walter, ele diz ter comprado o imóvel em julho do ano passado em espécie. O empresário negou que a residência tenha sido adquirida com cheques do sobrinho de Cachoeira, que foi preso ali em 29 de fevereiro. No entanto, manteve as suspeitas de parlamentares sobre como adquiriu a casa por meio de uma empresa que declarou rendimentos de apenas R$ 17 mil em 2010. Ele diz que pagou com notas de R$ 50 e R$ 100.
Membros da CPI suspeitam que Marconi recebeu duas vezes pela mesma venda. A PF indica que Cachoeira se infiltrou em vários níveis do governo do tucano, da Secretaria de Segurança Pública ao gabinete do governador, que nega as denúncias. Professor Walter se distanciou do tucano em seu depoimento. Disse que pagou pela casa com uma conta da faculdade da qual é proprietário, mas evitou citar os bancos em que fez a retirada.
“Em 2008, fui candidato a vereador em uma aliança de oposição. Moramos no mesmo condomínio e nunca frequentamos a casa um do outro. Nossa relação sempre foi de respeito, de um cidadão com uma autoridade do Estado”, disse professor Walter. “Marconi é um guerreiro, tem sido uma engrenagem que está alavancando a educação em nosso Estado”, afirmou o empresário.
Professor Walter disse que negociou apenas com o ex-vereador Wladimir Garcez, nunca com Marconi, que falará à CPI no próximo dia 12. “Foi uma transação legal e cristalina”, afirmou o empresário. No dia 13, o depoimento será do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), que também tem membros de sua gestão citados em grampos da Polícia Federal.
Ao final da reunião, Sejana Martins disse não ser mais sócia da empresa Mestra Administração desde meados do ano passado. A empresa Mestra é a que registra a posse da casa que foi de Perillo.
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