Governo federal amplia beneficiários de programa Brasil Carinhoso para famílias com filhos até 15 anos

A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quinta-feira (29) a ampliação do programa Ação Brasil Carinhoso para famílias com filhos de até 15 anos. Lançado em junho, o programa, que consiste em um pagamento mensal extra a quem recebe o Bolsa Família, inicialmente atendia apenas famílias com crianças entre 0 e 6 anos. Todas as famílias passarão a ter a sua renda complementada até atingirem R$ 70 por integrante, parâmetro para deixarem de serem consideradas em situação de extrema pobreza.

"Queremos construir um país de classe média. (...) O que está acontecendo hoje é um passo decisivo para a classe média que desejamos", afirmou Dilma, logo após assinar medida provisória que estabelece as novas regras do programa.

Com isso, deverão ser beneficiadas 3 milhões de crianças entre 7 e 15 anos, impactando no total 7,3 milhões de pessoas. Atualmente, 2,8 milhões de crianças são atendidas, beneficiando 9,1 milhões de pessoas.

"Considerando as duas fases, 16,4 milhões de pessoas terão saído da miséria, passando para um patamar de renda de, no mínimo, R$ 70 por mês", afirmou a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, durante evento no Palácio do Planalto.

Segundo a ministra, 58% das crianças beneficiadas estão na região Nordeste. Ela informou ainda que a pasta localizou 800 mil novas famílias que não estavam no cadastro do Bolsa Família e que deverão ser incluídas.

O objetivo é ajudar na erradicação da extrema pobreza no Brasil --principal bandeira de campanha de Dilma na área social. Além da transferência extra de renda, o Brasil Carinhoso também tem ações voltadas para o aumento de vagas nas creches e na área da saúde, incluindo suplementação de vitamina A, sulfato ferroso e medicação gratuita contra asma.

Balanço do programa divulgado em outubro apontou que 8,7 milhões de pessoas tinham deixado a faixa de extrema pobreza em um período de apenas quatro meses. De acordo com o governo, após a mudança no programa, 2,5 milhões de brasileiros permanecerão em situação de miséria extrema, o que representa uma queda de quase 85% no número de pessoas nessas condições somente neste ano.

Em 2010, o Censo indicava que havia 16,2 milhões de brasileiros viviam em situação de pobreza no país. Entre os brasileiros de até 15 anos, a incidência de extrema pobreza era quatro vezes a observada entre idosos com mais de 60 anos.