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Nova denúncia de Valério é "assunto requentado", diz senador Humberto Costa

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

11/12/2012 10h42Atualizada em 11/12/2012 11h18

O senador Humberto Costa (PT-PE) negou veementetemente o recebimento de qualquer recurso ilegal do chamado valerioduto, esquema de distribuição de dinheiro operado pelo publicitário mineiro Marcos Valério. "Não corresponde à verdade o que foi dito. Claro que nego", disse a jornalistas no Senado nesta terça-feira (11).

Reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal "O Estado de São Paulo" afirma que o petista teria recebido repasses em 2002. Segundo o jornal, Valério teria dito, em depoimento em setembro deste ano ao Ministério Público Federal, que Costa teria recebido, em sua campanha de 2002, R$ 512.337,00, por meio de  sua tesoureira de campanha, Eristela Feitoza.

"Isso é um assunto requentado. Isso é um assunto de 2005, levantado e devidamente respondido. As minhas contas de campanha são públicas e aprovadas pelos tribunais eleitorais. Não houve nenhum tipo de pagamento", disse. O relatório final da CPI dos Correios e o processo em andamento no STF não citam seu nome, afirma.

Ele não sabe a razão de ter sido citado. Ele se disse chateado com a situação, mas tranquilo, porque o assunto foi "esclarecido no passado".

O nome de Humberto Costa já havia sido mencionado no início do escândalo, mas acabou ficando de fora da ação penal do mensalão. 

Em 2005, Marcos Valério entregou à Procuradoria Geral da República (PGR) uma lista com os sacadores dos recursos do mensalão. Nela constava o nome da assessora do senador petista e de Mauro Santos, proprietário da empresa Bandeirantes Outdoor, acompanhado de três depósitos que somavam R$ 300 mil.

Na época, Costa confirmou que a empresa prestou serviços à sua campanha, mas negou qualquer relação com Valério e com os supostos repasses financeiros à sua campanha. Eristela negou que tenha feito essas operações.

No mesmo depoimento, dado após a condenação do publicitário pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Valério afirmou que o esquema do mensalão ajudou a bancar despesas pessoais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2003.

Ainda segundo o jornal, Valério afirmou que o ex-presidente Lula deu aval para os empréstimos a deputados da base aliada, o que teria sido feito na presença do ex-ministro José Dirceu e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.