Ano começa com general 4 estrelas na cadeia e militares na mira da Justiça

As invasões do 8 de Janeiro se aproximam de completar dois anos com a investigação da Polícia Federal sobre a trama golpista alcançando uma série de militares, alguns de alta patente. A lista contém generais do Exército, um ex-comandante da Marinha e até o ex-ministro da Defesa no governo Jair Bolsonaro.

General Braga Netto

Candidato a vice na chapa de Bolsonaro, o general passou o Natal e a virada do ano na cadeia
Candidato a vice na chapa de Bolsonaro, o general passou o Natal e a virada do ano na cadeia Imagem: WILTON JUNIOR - 10.ago.22/ESTADÃO CONTEÚDO

Suspeito de ser o cabeça do grupo, está preso. É general de quatro estrelas, cargo hierárquico mais alto do Exército. Junto com o Augusto Heleno, chefiaria o gabinete de crise a ser instalado depois da intervenção militar.

General Augusto Heleno

General Heleno prestou depoimento na CPI do 8 de Janeiro por suspeita de planejar o golpe
General Heleno prestou depoimento na CPI do 8 de Janeiro por suspeita de planejar o golpe Imagem: Ton Molina /Fotoarena/Folhapress

A investigação aponta que ele teria pressionado para que a PF não cumprisse decisões judiciais. Ao lado de Braga Netto, comandaria o gabinete de crise, segundo passo na implementação do golpe.

Almirante Almir Garnier

O comandante da Marinha defendeu o golpe na frente dos comandantes da FAB e do Exército
O comandante da Marinha defendeu o golpe na frente dos comandantes da FAB e do Exército Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil

Comandou a Marinha e teria colocado as tropas à disposição para um golpe, quando consultado por Jair Bolsonaro. Também defendeu os acampamentos na frente dos quartéis.

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General Paulo Sérgio Nogueira

Teria usado a reputação e o cargo de ministro da Defesa a favor do golpe
Teria usado a reputação e o cargo de ministro da Defesa a favor do golpe Imagem: Reprodução/Youtube/Exército

Foi comandante do Exército e ministro da Defesa de Bolsonaro e teria pressionado oficiais das Forças Armadas a aderirem ao golpe. Também usou o ministério para sugerir, de forma incorreta, que o sistema eleitoral não era seguro.

General Laercio Vergilio

Teria xingado o comandante do Exército porque ele não aderiu ao golpe
Teria xingado o comandante do Exército porque ele não aderiu ao golpe Imagem: Redes sociais

Usou o peso de sua patente para convocar e pressionar a cúpula do Exército pelo golpe. Mensagens encontradas em seu celular chamavam o comandante do Exército de "covarde traidor da pátria".

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General Mario Fernandes

O general Mario Fernandes imprimiu o plano de matar Lula, Alckmin e Moraes dentro do Palácio do Planalto
O general Mario Fernandes imprimiu o plano de matar Lula, Alckmin e Moraes dentro do Palácio do Planalto Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Integrante dos chamados "kids pretos", trabalhava na Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro e teria planejado a operação "Punhal Verde Amarelo", que pretendia matar ou prender Alexandre de Moraes, além de assassinar Lula e Geraldo Alckmin.

General Estevam Theophilo

A participação do general foi descoberta por meio de um áudio enviado por Mauro Cid
A participação do general foi descoberta por meio de um áudio enviado por Mauro Cid Imagem: Divulgação

À frente do Comando de Operações Terrestres, acionaria militares das Forças Especiais, os chamados "kids pretos". O general teria se encontrado com Bolsonaro e aceitado executar ações caso o ex-presidente "assinasse o decreto".

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Coronel Cleverson Ney Magalhães

Oficial dos "kids pretos", teria participado da reunião que identificou a necessidade de "neutralizar" o ministro Alexandre de Moraes.

Tenente-coronel Rafael Martins

O militar usou dados pessoais de terceiros para comprar o celular utilizado no plano do golpe
O militar usou dados pessoais de terceiros para comprar o celular utilizado no plano do golpe Imagem: Arquivo pessoal/reprodução

Era um dos "kids pretos" e seria o líder da operação "Copa 2022", feita para que Lula não tomasse posse. Junto com Mauro Cid, teria confeccionado um plano de golpe para ser apresentado a Braga Netto. Ele ainda monitorou Alexandre de Moraes durante dois meses.

Major Ailton Gonçalves

O major espalhou que os comandantes do Exército e da FAB eram traidores por não apoiarem o golpe
O major espalhou que os comandantes do Exército e da FAB eram traidores por não apoiarem o golpe Imagem: Reprodução/Facebook
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Já tinha sido preso na operação que apurava fraudes no cartão de vacinas de Bolsonaro. A investigação aponta que ele agia a mando de Braga Netto difamando o então comandante do Exército, que se opunha à intervenção militar.

Coronel Anderson Lima de Moura

De acordo com a PF, é um dos autores da carta redigida por militares depois da derrota de Bolsonaro nas eleições para pressionar oficiais das Forças Armadas a aderirem ao golpe.

Coronel Fabrício Bastos

O coronel Fabrício Bastos defendia golpe e lamentou não estar em 64, quando houve adesão
O coronel Fabrício Bastos defendia golpe e lamentou não estar em 64, quando houve adesão Imagem: Reprodução X

Teria escolhido militares para participarem da reunião de 28 de novembro de 2022 em que o golpe teria sido planejado. Na época, trabalhava no Centro de Inteligência do Exército. Foi condecorado por Lula no ano passado.

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Tenente-coronel Mauro Cid

Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel chegou a ser preso
Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel chegou a ser preso Imagem: Lucio Tavora/Xinhua

Seria uma espécie de mensageiro do golpe, intermediando a troca de informações entre diferentes núcleos que apoiavam a intervenção militar. Tornou-se delator.

Tenente-coronel Hélio Ferreira Lima

O tenente-coronel é um dos suspeitos de planejar o assassinato de Lula em 2022
O tenente-coronel é um dos suspeitos de planejar o assassinato de Lula em 2022 Imagem: Reprodução

Teria participação em várias frentes: disseminação de fake news sobre urnas eletrônicas, planejamento do golpe e monitoramento de Lula e Alexandre de Moraes.

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Tenente-coronel Ronald Araujo Junior

É suspeito de participar das discussões da minuta golpista e revisar a carta usada para pressionar os oficiais das Forças Armadas. Teria coletado assinaturas de militares para dar mais peso à carta.

Subtenente Giancarlo Gomes Rodrigues

Foi cedido à Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e teria espalhado informações falsas sobre os ministros do STF Luís Roberto Barroso e Luiz Fux para desacreditar o processo eleitoral.

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