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Única mulher entre 41 vereadores, ex-delegada assume cadeira na Câmara de Belo Horizonte; tucano deve ocupar presidência

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Belo Horizonte

01/01/2013 12h50

Única mulher a tomar posse nesta terça-feira (1º) para ocupar uma das 41 cadeiras da Câmara Municipal de Belo Horizonte, a ex-delegada Elaine Matozinhos (PTB), 60, diz que está “atordoada” com a baixa representatividade feminina. A cerimônia de posse dos 41 vereadores da capital mineira está marcada para as 14h.

“Sendo as mulheres 52% dos eleitores, isso me preocupa. Avançamos muito na questão dos nossos direitos, mas a nossa representação política ainda é muito pequena. Estou ainda meio atordoada com esta história. É uma coisa que nós vamos ter que estudar muito, saber por que, qual a responsabilidade, inclusive dos partidos políticos”, disse a nova vereadora.

Dos 41 vereadores eleitos, 19 são novatos. Elaine Matozinhos vai para seu terceiro mandato consecutivo na Câmara. O PT e PSB foram as legendas que mais elegeram vereadores na capital mineira – seis cadeiras cada um deles. Entretanto, por conta de acordos políticos para reeleição do prefeito reeleito Marcio Lacerda (PSB), o presidente da Casa deve sair da bancada do PSDB, que elegeu três vereadores.

Mas existe uma disputa interna na sigla. Sem acordo, o nome do novo presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte só vai ser conhecido na tarde desta terça-feira, após a posse dos eleitos.

As articulações se arrastaram durante todo o fim de semana. Embora a direção do PSDB tenha optado pelo nome do vereador Henrique Braga, o vereador Léo Burguês, atual presidente da Casa, não abre mão de brigar pelo cargo. O nome do vereador Pablito teria a preferência do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Léo Burguês, o atual presidente, não conta com o apoio dos vereadores, que creditam a ele o fato de a maioria da Casa não ter sido reeleita após o desgaste experimentado durante sua gestão, marcada por escândalos e denúncias. Mas Burguês está tentando de todas as maneiras se manter na disputa.

Entre as denúncias que envolvem Burguês, estão uso indevido da verba indenizatória até irregularidades nas licitações para publicidade da Casa. O uso de notas fiscais de estabelecimento da madrasta de Burguês na prestação de contas da verba indenizatória fez com que o Ministério Público abrisse denúncia contra o vereador.

Por conta disso, a questão das verbas de publicidades além da tentativa no início do ano de emplacar um aumento de 61% nos subsídios dos vereadores, fez com que a Câmara tivesse um desgaste acentuado.

Houve até uma música criticando o vereador. A marchinha “Na coxinha da madrasta”, em alusão a Burguês, foi campeã de concurso no Carnaval em 2011 em Belo Horizonte.