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Campos critica Lula por "lançar" candidatura de Dilma e diz que país não precisa da "rinha" discutindo passado

Carlos Madeiro

Do UOL, em Gravatá (PE)

21/02/2013 20h06

O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, criticou, nesta quinta-feira (21), o discurso de "lançamento" da candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff, feito na noite dessa quarta-feira (20), pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante festa de 10 anos do PT à frente do Executivo nacional, em São Paulo.

Segundo Campos, a última coisa que o país precisa agora é de uma antecipação do debate eleitoral de 2014. “Continuou com a mesma opinião. Esse é um ano complexo para o Brasil, que não precisa de ninguém agora montando palanque, nem daquela velha rinha, discutindo o passado, coisas que não dialogam com a pauta do povo. Não é possível eleitoralizar a política brasileira tanto assim. Essa é minha opinião. Eu respeito a opinião dos outros, mas sinceramente eu não vejo como ajudar o Brasil você lançar uma campanha eleitoral agora”, disse, fazendo referência velada ao bate-boca público entre Lula e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

As declarações de Campos foram dadas logo após ele participar, em Gravatá (a 85 km do Recife), de um encontro com os prefeitos dos 184 municípios pernambucanos. Em uma palestra de mais de uma hora, o governador orientou os novos gestores e anunciou investimentos de R$ 612 milhões para os municípios. Ao fim, foi aplaudido de pé e chamado de "presidente" por vários prefeitos presentes.

 

O encontro, batizado de “Juntos por Pernambuco”, reuniu não só prefeitos, mas toda a bancada federal, membros dos poderes Judiciário e Legislativo estadual e MPE (Ministério Público Estadual).

Assim como em outras entrevistas, Campos disse que “não falaria em 2014". Mas não fugiu às perguntas da imprensa. Ao ser questionado sobre as pré-candidaturas à presidência de Dilma e do senador Aécio Neves (PSDB-MG), disse que não há mais espaço no país para a polarização PT-PSDB. Ele deixou claro que vai participar do “debate político” do país para 2014, que não inclui mais apenas os dois partidos.

“Não vejo essa polarização. Ninguém tem essa capacidade de dizer como vai ser em 2014, ou de definir como vai ser a polarização. Ninguém se engane que está ocorrendo uma mudança efetiva na política pública brasileira. Isso começou, de maneira muito mais expressiva, quando o Brasil escolheu Lula para governar o país, o que era uma coisa inusitada. Ele tinha tentado três vezes, havia um grande preconceito e ele chegou à presidência da República. Houve mudança quando uma mulher se elegeu presidente da República. Há na sociedade brasileira, nesse momento, uma necessidade de ver outro tipo de debate tipo político acontecendo. E eu vou participar desse debate, que é o correto. Cada um faz o que pode o que aguenta fazer”, disse.

Questionado sobre a agenda que deve cumprir pelo país neste ano --que seria popularizar seu nome em outros Estados-- Campos negou que seja um palanque visando a eleição presidencial. “Hoje em dia não precisa andar tanto para fazer o debate. A internet ajuda a fazer”, afirmou.

Eduardo Campos também criticou o desempenho da economia brasileira em 2012, citando mais uma vez que o momento é de “união”, não de divisão.

“A população está preocupada. O Brasil não cresceu no ano passado como se esperava. Temos que ajudar a presidenta a tocar o Brasil, que ela encontre um crescimento, que gere oportunidade, felicidade”, afirmou, ao garantir o apoio do PSB ao governo federal.